Parece que a política no Brasil passa por um processo de evolução muito atípico sobre como se deve escolher seu representante. Antes, os eleitores eram convencidos por projetos apresentados pelos candidatos durante o período eleitoral, seja ele de situação ou de oposição.
Infelizmente, o que se detecta agora são previsões de movimentos nebulosos que podem se desencadear não apenas em cizânias políticas, mas sobretudo pessoais, entre os próprios brasileiros, inclusive, com o nosso “povo nordestino que é, antes de tudo, um forte” como diz o escritor Euclides da Cunha em seu livro “Os Sertões”.
Existe uma tentativa desenfreada de dividir o País. Porém, é preciso entender que a política é um contorcionismo social, em que as ideias devem se movimentar de forma flexível com suas habilidades e suas articulações. No entanto, se levarmos em consideração essa premissa, e já trazendo para nossa política paroquiana, haveremos de perguntar se essa união entre os antigos rivais de Campina Grande, leia-se: a família Cunha Lima e os Vital do Rêgo, será que não seria uma junção em torno da “Rainha da Borborema” para voltar a ser a protagonista da política paraibana, com conotação de bairrismo?
É preciso se fazer essa leitura, algo ainda não visto por quaisquer analistas políticos de nosso Estado, pois caso isso seja detectado, até mesmo nas entrelinhas, tudo pode mudar em favor de João Azevedo que é filho natural de João Pessoa, o que não seria interessante para ninguém.
Aliás, por falar nisso, até agora não vimos quais os projetos do candidato Pedro Cunha Lima em relação à capital, pelo menos no seu guia eleitoral, nada relevante até agora. É por demais importante salientar que as transformações as quais João Pessoa e todo seu entorno (Cabedelo, Santa Rita, Bayeux e Conde) vêm tomando no campo do desenvolvimento não podem jamais sofrer solução de continuidade.
A capital paraibana é hoje um dos lugares com maior perspectiva de crescimento do Brasil, principalmente, no tocante aos valiosos investimentos turísticos e tecnológicos que estão chegando na cidade, e qualquer recrudescimento pode comprometer, a geração de emprego e renda, o que seria fatal para o futuro da qualidade de vida de sua população.
Espera-se que essa união dos filhos de Campina Grande não venha reacender aquele bairrismo de outrora entre os campinenses e pessoenses, pois a capital poderá reagir em não permitir a derrota de seu filho, João Azevedo, para não correr o risco de ver seu futuro comprometido. Espera-se de verdade é que todas essas articulações sejam no campo das estratégias meramente políticas, e que não venham sob hipótese alguma criar contendas entre as duas mais importantes cidades da Paraíba.
E agora, só nos resta aguardar todos esses desdobramentos. O que não podemos é perder de vista a luta pela busca do desenvolvimento da Paraíba, seja com Pedro Cunha Lima ou com João Azevedo. Que vença o que apresentar a melhor proposta para melhorar a vida de todos nós paraibanos. Quem viver, verá!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba