PEDRO E O MEDO DA OPOSIÇÃO
Por Flávio Lúcio
PEDRO E O MEDO DA OPOSIÇÃO
Parece que os tucanos da Paraíba resolveram mesmo apostar na candidatura de Pedro Cunha Lima e lançá-la ao Governo do Estado, como antecipou Gilvan Freire, em artigo publicado no último fim-de-semana. Neste artigo, intitulado “Quem está com medo não está com Pedro”, como se vê, Gilvan tenta estabelecer uma ponte com o passado distante ao rememorar a épica campanha que levou Pedro Gondim ao Governo da Paraíba, em 1960.
Gilvan só esqueceu de lembrar que a candidatura de Gondim, avô de Veneziano Vital do Rego, foi marcada pelo discurso anti-oligárquico com o qual ele marcou a testa da candidatura de Jandhuy Carneiro, irmão do longevo oligarca paraibano, Ruy Carneiro.
E, convenhamos, se tem um sentimento com o qual as “oposições” se identificam hoje na Paraíba esse sentimento é o medo. Essa é a matéria-prima com a qual as “oposições” são moldadas na política paraibana, cuja ausência de ousadia − ou medo da derrota − aprisionou tanto Luciano Cartaxo quanto Romero Rodrigues nos cargos que hoje os dois ocupam.
E o que move Cássio Cunha Lima a lançar o filho que não o medo de ser derrotado, seja para o governo seja para o Senado? A candidatura de Pedro, a rigor, exprime muito mais a ausência de candidaturas competitivas da oposição do que um projeto eleitoral viável, além de ter a utilidade de justificar o rebaixamento do ex-campeão de votos Cássio, que ainda falará no “sacrifício” que representará abandonar uma “eleição certa para o Senado” em nome do candidatura do filho ao governo.
Enfim, se tem uma expressão que sintetiza bem o estado das “oposições” na Paraíba, hoje, essa expressão é medo. É ela que melhor explica as desistências dos candidatos e o lançamento de Pedro Cunha Lima ao governo. Candidatura de Lucélio desprezada Dando seguimento à antecipação de Gilvan Freira, vários blogs noticiaram nesta segunda (2/2) o consenso a que chegou o PSDB paraibano em torno da candidatura de Pedro Cunha Lima ao Governo da Paraíba.
Durante reunião realizada na última sexta-feira na casa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, além de um novo candidato, os tucanos desprezaram solenemente e por completo a candidatura de Lucélio Cartaxo, nome lançado recentemente ao governo.
O papel que os tucanos projetam para o prefeito Luciano Cartaxo é o de periferia. Segundo o jornalista Anderson Soares publicou sem seu blog, os tucanos vão oferecer a vaga de vice para Maísa Cartaxo e uma das vagas do Senado para Lucélio Cartaxo. Até nisso os tucanos se mostram desorientados.
Ao fazerem isso, fica explícito, entre outras coisas, que está sobrando vaga na chapa majoritária da oposição, o que não é bom sinal. É um alerta para Luciano Cartaxo, que não costuma entrar em barcas furadas.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Flávio Lúcio