ELEIÇÕES 2016: SIGLAS DE ALUGUEL JÁ ESTÃO ANINHADAS NO COLO DOS GRANDES ESQUEMAS DE PODER
Por Josival Pereira – do Portal Tambaú 247
O ano pré-eleitoral está virando com um fato um tanto inusitado no mundo partidário no que diz respeito à disputa das eleições de 2016 em João Pessoa: os pequenos partidos, muitos deles siglas de aluguel, que geralmente viram moeda de troca no período das convenções, já estão quase todos aninhados no colo dos grandes esquemas políticos.
Como era de se esperar, pelo menos 12 legendas já estão no campo de atração do poder maior, representado pelo PSB, que tem o governador em seus quadros, e deverá apresentar o secretário João Azevedo como candidato a prefeito.
Já estariam fechados com o PSB: DEM, PDT, PCdoB, PTdoB, PV, PR, PRTB, PRP, PSL, PEN, PPL, PROS.
O governador Ricardo Coutinho conseguiu, através de articulações em nível nacional, tomar para seu controle, o PEN e o PROS e ainda estaria tentando atrair o PSDC.
Do outro lado, o prefeito Luciano Cartaxo, hoje no PSD, tem como certo o apoio do PRB, Solidariedade e PMN. Tem ainda o PSDC em seu governo, mas corre o risco de perder o apoio a legenda, ameaçada de intervenção nacional.
O PTB, comandado pelo deputado Wilson Santiago, que manifesta o desejo de ser candidato a prefeito de João Pessoa, tem sob seu controle duas outras pequenas legendas, o PTC e o PHS, e busca atrair o PTN.
O PSDB em João Pessoa atrairia o PSC com facilidade, mas pode fazer aliança com o PMDB ou com o prefeito Luciano Cartaxo.
Ainda indefinidos estão o PP do deputado Aguinaldo Ribeiro e o PPS do vice-prefeito Nonato Bandeira, além do Rede, o partido de Marina Silva, que pode também acabar no raio de atração do PSB.
O Partido dos Trabalhadores (PT), que dispõe de um dos melhores tempos de propaganda no rádio e na televisão, perdeu o magnetismo de atração e está só. Pode lançar candidato próprio, mas pode também se aliar logo de cara ao PSB. Em situação parecida se encontra o PMDB, quem tem a pré-candidatura do deputado Manoel Júnior. Não existe outras siglas ao seu redor, mas o partido pode formar aliança com o PSDB, se mantiver a candidatura própria, ou se aliar em ao PSB, se não tiver candidato.
Sobram ainda os partidos mais à esquerda – PSOL, PSTU, PCO e PCB -, que, à exceção do último, geralmente lançam candidatos próprios a prefeito.
O quadro releva claramente que os grandes partidos, que dispõem de estrutura de poder, especialmente o PSB, no controle do governo do Estado, não apenas exercem atração sobre as pequenas legendas, mas uma espécie de dominação antecipada, evitando o leilão das siglas de aluguel no período das convenções. Lógico que a dominação se concretiza através da distribuição de cargos no poder.
Percebe-se, claramente, também, que a maioria dos partidos brasileiros não serve para nada, a não ser se amorcegar no poder público.
Autor: Josival Pereira