Walfredo Rodrigues, paraibano que viveu entre os anos de 1893 e 1973, foi um dos grandes responsáveis pela preservação e transmissão da memória da Paraíba, atuando como fotógrafo, cineasta, diretor de teatro e pesquisador.
Reconhecido como o pai do cinema no estado, contribuiu significativamente para a documentação e valorização da cultura nordestina. Sua carreira começou a ganhar destaque em 1923, com o lançamento do filme Carnaval Paraibano e Pernambucano, que marcou o início do cinema na Paraíba.
Em 1928 dirigiu Sob o Céu Nordestino, primeiro documentário produzido no estado, marco que registrou a cultura regional sem recorrer a estereótipos, se consolidando como importante obra etnológica no cenário nacional. Como fotógrafo, Walfredo registrou a transformação de João Pessoa desde os tempos em que a cidade ainda era conhecida como Parahyba.
Seu acervo inclui imagens históricas que documentam o cotidiano urbano. Esses registros são hoje fundamentais para compreender a evolução social e urbanística da capital paraibana. Além do trabalho no cinema e na fotografia, Walfredo foi pesquisador dedicado.
Escreveu obras importantes, como História do Teatro na Paraíba e Roteiro Sentimental de uma Cidade, que oferecem detalhes da sociedade paraibana nos séculos XIX e XX. Ele também dirigiu o Teatro Santo Roza, contribuindo para o fortalecimento das artes cênicas na região.
Seu legado é preservado no Museu Fotográfico Walfredo Rodrigues, localizado na Casa da Pólvora (na verdade, num prédio em frente à velha construção da Ladeira São Francisco), em João Pessoa, permitindo que gerações compreendam a história e a cultura local.
Além disso, é sempre referenciado em prêmios e festivais, como é o caso do Fest Aruanda, voltado para o audiovisual, e mostras de cinema.
Walfredo Rodrigues é, sem dúvida, figura de destaque na construção e preservação da memória da Paraíba, deixando um legado que transcende o tempo e enriquece a identidade cultural do estado.
A foto é do prédio em frente à Casa da Pólvora, onde se encontra o Acervo Walfredo Rodrigues, sob a proteção da Funjope.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba