PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Vila Dorita - por Sérgio Botelho

Ainda lembro, ali pela década de 1970, da figura do Professor Basílio Linhares Pordeus no terraço, à altura do portal de sua casa, uma construção preservada no essencial, na esquina da avenida Cabo Branco com a Epitácio Pessoa, de frente para a praia de Tambaú. O nome Vila Dorita ele escolheu para homenagear sua esposa. O proprietário, nascido em Pombal no ano de 1918, ensinou Direito na Universidade Federal da Paraíba, exerceu cargos de direção na Academia e no estado, além de titularidade na Justiça Eleitoral paraibana. Se bem observada a foto que ilustra este post, a casa foi das primeiras a serem edificadas no início da avenida Cabo Branco, dessa forma constituindo um original núcleo de veranistas de Tambaú.

Na época da foto, que é possível calcular entre as décadas de 1930 e 1940, a Epitácio Pessoa não estava pavimentada. Naquele momento, da ponta do Cabo Branco a Manaíra tudo se chamava Tambaú, que já foi distrito da capital, com toda a avenida principal da orla tendo o nome de João Maurício. O homenageado, cujo nome completo era João Maurício de Medeiros, foi prefeito de João Pessoa entre 1928 e 1930, justamente o espaço de tempo em que a orla pessoense começava a ser alcançada pela cidade que se expandia para o leste, com a abertura da Epitácio Pessoa. A

João Maurício, com a evolução urbana, passou a ser apenas a parte referente a Manaíra. Entre a Epitácio Pessoa e a Rui Carneiro, a via foi oficializada como avenida Tamandaré. E da Epitácio à Ponta do Cabo Branco, avenida Cabo Branco. O local público onde existe a Vila Dorita – tempos depois marcado pelo busto do Almirante Tamandaré, um dos comandantes brasileiros na Guerra do Paraguai -, já nas décadas de 1930 e 1940 servia de espaço a eventos com sede na orla.