Não há como conter a emoção quando a gente revisita a tocante canção Tropeiros da Borborema, imortalizada por Luiz Gonzaga, o grande delineador da unidade cultural nordestina.
“São tropas de burros que vêm do sertão, trazendo seus fardos de pele e algodão, o passo moroso só a fome galopa, pois tudo atropela os passos da tropa”, são versos de uma beleza extraordinária que contam parte da história de como se formou, não só Campina Grande, mas grande parte do território brasileiro.
Os tropeiros eram comerciantes e condutores de tropas de animais, como mulas (destacadamente) e cavalos, utilizados para transportar mercadorias, alimentos e produtos agrícolas entre regiões, num Brasil de raríssimas estradas, na Colônia, no Império e início da República.
Na lida, desbravaram caminhos e contribuíram para a formação de povoados e cidades ao longo de suas rotas, sob as mais duras condições de sobrevivência para homens e animais.
Vindos de todas as partes da Paraíba e de estados vizinhos, os famosos Tropeiros da Borborema eram os condutores dessas tropas que cruzavam a Serra da Borborema, onde se localizava um dos mais importantes entrepostos comerciais do Nordeste, a atual cidade de Campina Grande.
(Ainda cheguei, com meus olhos de menino, a ver tropeiros remanescentes, na década de 1960, embora não com a mesma dimensão de outrora, comercializando e conduzindo gado e produtos da terra, entre o Cariri e Campina Grande, apesar das estradas de rodagem já existentes).
“Nos ranchos e aguados dos tempos de outrora, saindo mais cedo que a barra da aurora, riqueza da terra que tanto se expande e se hoje se chama de Campina Grande, foi grande por eles que foram os primeiros, ó tropas de burros, ó velhos tropeiros”.
Bem que Tropeiros da Borborema tem muito de hino!
A imagem é de conjunto escultórico, à margem do Açude Velho, em Campina Grande, homenageando os tropeiros da Borborema.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos; Polêmica Paraíba