Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Tradição de Santos Reis em João Pessoa - Por Sérgio Botelho

Em outros tempos, a data de 6 de janeiro era marcada por brilhantes eventos religiosos e profanos na capital paraibana.

Foto: YouTube / Representa manifestação de Folia de Reis, em Patos de Minas, Minas Gerais
Foto: YouTube / Representa manifestação de Folia de Reis, em Patos de Minas, Minas Gerais

Em outros tempos, a data de 6 de janeiro era marcada por brilhantes eventos religiosos e profanos na capital paraibana. No calendário católico, o dia é celebrado como a Epifania do Senhor, também conhecido popularmente como Dia de Reis.

A Epifania, que vem do grego e significa “manifestação”, é uma festa que comemora a revelação de Jesus Cristo como o Messias e Filho de Deus através da visita dos três Reis Magos, Baltazar, Gaspar e Melchior, que simboliza a manifestação de Jesus aos gentios, isto é, a todas as nações do mundo, não apenas ao povo judeu.

A festa encerra o chamado ciclo natalino, dessa forma, dia em que as árvores e os enfeites de Natal são desmanchados. A depender do dia da semana, as festividades costumavam ser transferidas para o domingo mais próximo, a fim de facilitar maior participação popular. Comumente, há missas (que já teve presença obrigatória de católicos), e procissões na parte religiosa das Festas de Reis.

Em João Pessoa três paróquias se distinguiam por suas homenagens aos Santos Reis: a de Nossa Senhora da Conceição, na São Miguel, a de São Frei Pedro Gonçalves, no Varadouro, e a de Santa Terezinha, no Róger. Contudo, outras igrejas promoviam missas dedicadas aos Três Reis Magos, em 6 de janeiro.

Havia cortejos que percorriam parte do Centro, até o Ponto de Cem Reis. Na paróquia da Conceição, no Cordão Encarnado, a festa profana de Reis, com grande brilho, era realizada na Rua Visconde de Itaparica, nas proximidades. Ainda no segmento profano da festa, destaque para o Clube Astrea, em Tambiá, com a mais tradicional delas, normalmente dos sábados para os domingos, com direito a ver os primeiros raios do sol, o que chegou a acontecer até a década de 1980.

Depois do Réveillon do Esporte Clube Cabo Branco, era a Festa de Reis do Astrea uma espécie de segundo grito de carnaval do ano que estava se iniciando. Mas havia festa também em Tambaú, em Cruz das Armas, em Ponta de Matos e em Formosa. (Em Cruz das Armas ainda persiste, onde até Lapinha ainda existe).

O fato é que a Igreja parece ter deixado de focar muito a data, em João Pessoa, como era tão comum antigamente. Contudo, em várias outras cidades históricas do país, e mesmo no interior paraibano, o Dia de Reis continua sendo ruidosa e belamente comemorado.

São as Folias de Reis ou Reisado, muito tradicionais na história da cultura nacional, que, segundo o site Brasil Escola, costumam durar, em algumas regiões brasileiras, até 12 dias, com início na véspera do Natal.