Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Francisca Moura - Por Sérgio Botelho

Encontrar um nome feminino homenageando ruas mais antigas de João Pessoa não é fácil. E olhe que no perímetro pesquisado vou além de Centro e Varadouro

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Francisca Moura - Por Sérgio Botelho

Encontrar um nome feminino homenageando ruas mais antigas de João Pessoa não é fácil. E olhe que no perímetro pesquisado vou além de Centro e Varadouro, e incluo Jaguaribe, Cordão Encarnado, Cruz das Armas, Torre, Róger e Expedicionários.

Importante frisar que os nomes atuais da esmagadora maioria dessas ruas foram dados na primeira metade do Século XX, homenageando pessoas nascidas no Século XIX. Então, encontrar uma homenageada mulher é tarefa difícil, uma vez que as vidas femininas costumavam ser apagadas.

Dentro dos espaços referidos, falei outro dia sobre a benemérita Júlia Freire, via importantíssima na atual conformação urbana pessoense, ela, viúva de Manoel Deodato, antigo proprietário do atual bairro da Torre.

No texto de hoje abordo outra rua, senão entre as maiores, mas também de grande significado na urbe pessoense atual: a Francisca Moura. Imediatamente paralela à João Machado, ao sul, e a Pedro II, ao norte, a via liga, com muito movimento, a avenida Maximiano de Figueiredo ao Mercado Central, cruzando outras ruas importantes do Centro, como são os casos da Coremas, da Tabajaras e da Princesa Isabel, entre outras.

Francisca Moura foi uma professora bastante respeitada na primeira metade do século passado, o primeiro após a instauração da República e, portanto, o da adoção de projetos educacionais alicerçados no pensamento do novo regime.

Nascida na cidade da Parahyba, atual João Pessoa, em 1860, formada pela Escola Normal, em 1890, lecionou durante 60 anos, tendo falecido em fevereiro de 1942. É autora de um compêndio de geografia para alunos primários e um outro livro didático sobre a língua (Pontos de Português).

Criou e dirigiu por um bom tempo o Curso Francisca Moura, para secundaristas, e seguiu trabalhando mesmo depois de aposentada. Pouco antes de sua morte, em 1940, a professora foi alvo de concorridíssima homenagem, no Grupo Epitácio Pessoa, diante de dezenas de ex-alunos, além de autoridades civis, eclesiásticas e militares, com direito matéria de capa em A União. Foi notável a professora Francisca Moura.

Foto: Francisca Moura, a partir do Mercado Central -Google Street View

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba