Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua da Baixa - Por Sérgio Botelho

Originalmente, a Rua Direita (atual Duque de Caxias) ostentava esse nome a partir do sítio franciscano até a altura da Igreja da Misericórdia

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua da Baixa - Por Sérgio Botelho

Originalmente, a Rua Direita (atual Duque de Caxias) ostentava esse nome a partir do sítio franciscano até a altura da Igreja da Misericórdia. Daí ao Beco do Rosário, atual Avenida Guedes Pereira, era chamada de Rua da Baixa. O trecho seguinte, chegando à atual Praça João Pessoa, recebia o nome de Rua do Colégio.

A Rua da Baixa abrigava instituições dedicadas à assistência social e à saúde, vinculadas à Santa Casa da Misericórdia, incluindo cemitério, hospital para “alienados” e outro destinado à mendicidade. Dentro da própria igreja, eram sepultadas as pessoas mais abastadas, conforme o costume da época.

As Santas Casas da Misericórdia, responsáveis por essas instituições, foram, ao longo dos séculos, um dos principais pilares da assistência social em Portugal e suas colônias. Entre o final do século XIX e o início do século XX, essas funções assistenciais, na capital paraibana, foram transferidas para a região de Cruz do Peixe, a exemplo do Hospital Sant’Ana, voltado para a psiquiatria, e o Santa Isabel, aos desvalidos, hoje não mais sob a administração da Santa Casa, mas da Prefeitura de João Pessoa.

Os serviços fúnebres foram deslocados para o Cemitério Senhor da Boa Sentença, que permaneceu sob o comando da Santa Casa por longo período.

A história da Rua da Baixa revela muito sobre as dinâmicas sociais e urbanas da antiga Parahyba, evidenciando como a cidade, ao longo do tempo, reorganizou seus espaços e funções.

AINDA O ASTREA. Após conhecer algumas pessoas que vêm botando sentido no prédio do Clube Astrea, outros também se apresentaram. Há litígio e não há como meter a colher. Contudo, é preciso torcer no sentido de que o que resta de lembrança física do mais antigo clube da cidade não acabe derrubado.

Ser transformado em espaço memorial de parte de nossa vida social e esportiva, e até política, é o mínimo que se espera. Precisamos preservar nossas histórias. Só dos Jogos da Primavera há um imenso memorial a ser valorizado, com muita gente viva ainda para contar essa história.

As fotos, atuais, são da Igreja da Misericórdia e do trecho antigamente chamado de Rua da Baixa.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.