Se você perguntar a algum pessoense onde fica a rua que homenageia Flavio Clementino da Silva Freire, ninguém vai saber. Mas se a pergunta for sobre a rua Barão de Mamanguape, já fica menos difícil. Trata-se de uma das principais vias do tradicional bairro da Torre, é bastante movimentada, e se estende entre dois dos maiores corredores de trânsito da cidade, representados pelas avenidas Ministro José Américo de Almeida e Epitácio Pessoa. Em seu trajeto, essencialmente ocupado por casas comerciais, serve de endereço para o movimentadíssimo e diário Marcado Municipal da Torre, uma obra da década de 1960 (embora no local já funcionasse uma feira), referência do comércio de mantimentos da cidade (no espaço que lhe é destinado e em seu derredor), e que ostenta uma praça de alimentação bastante apreciada, funcionando da manhã à noite. Flavio Clementino da Silva Freire, o Barão de Mamanguape (1816-1890), bacharel em Direito e fazendeiro, ocupou a função de deputado geral (equivalente, hoje, a deputado federal) entre 1857 e 1869, e de senador do Império de 1869 a 1889. No período em que esteve no Senado, assumiu a Secretaria da Casa, sendo que em 1873, exerceu a Presidência da Província. Foi agraciado, em março de 1860, pelo imperador Pedro II, com o título de Barão ‘com honras de grandeza’. Casou-se com a carioca Carmem Freire (1855-1891), poeta autora de “Visões e Sombras”, prefaciado pelos Olavo Bilac e Guimarães Passos (genro do barão e da baronesa), poetas amigos e fundadores da Academia Brasileira de Letras. Ressalta-se que o homenageado com o nome da rua da Torre nasceu na cidade de Parahyba (atual João Pessoa). Era avô do poliglota cônego Mathias Freire, que, além de padre, foi professor, jornalista e poeta, assim como a avó, sendo um dos fundadores da Academia Paraibana de Letras, e nome de uma escola municipal de ensino fundamental, também na Torre.
(Vista parcial da Barão de Mamanguape, a partir da calçada do Marcado Público da Torre)