Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Barão de Maraú e seu homenageado - Por Sérgio Botelho

Depois de o Ponto de Cem Reis ser transformado em praça urbanizada, foi demolida uma mansão ali existente para dar lugar ao Paraíba Hotel

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Barão de Maraú e seu homenageado - Por Sérgio Botelho

Pouco tempo depois de o Ponto de Cem Reis ser transformado em praça urbanizada, foi demolida uma mansão ali existente para dar lugar ao Paraíba Hotel, que pretendia transferir o processo de construção de nossa hotelaria, do Varadouro para a cidade alta. Isso aconteceu em 1929, como já falamos nesses dias.

A referida mansão havia pertencido a José Teixeira de Vasconcelos, detentor do título nobiliárquico de Barão de Maraú, concedido por Dom Pedro II. Quando o prédio foi ao chão, havia mais de meio século da morte do seu proprietário original, ocorrida em 1873. Antes disso, em dezembro de 1859, o referido paraibano, natural da cidade de Parahyba, atual João Pessoa, recebeu com todas as honras cabíveis, o imperador e sua esposa, Tereza Cristina, em seu engenho, na várzea do rio Paraíba, onde se tornara um rico produtor de açúcar.

O monarca, depois de assistir à Missa do Galo, na capital, onde chegou exatamente na véspera do Natal daquele ano, foi conhecer, ao vivo e a cores, o processo de produção açucareira, de grande importância para a economia nordestina. José Teixeira de Vasconcelos, que também era Oficial da Imperial Ordem da Rosa, presidiu a Província da Paraíba por pouco mais de quatro meses, entre 22 de setembro e 1 de novembro de 1867, e ocupou o comando da Guarda Nacional, criada em 1831, da qual era praticamente vedada a participação de gente com origem popular.

Apesar de sua pouca formação intelectual, transmitiu ao seu sucessor preocupações no sentido da melhoria da instrução pública provincial. (Mais na frente, no tempo, foi defendido pelo famoso historiador patoense, radicado na capital paraibana, Coriolano de Medeiros, que viveu entre 1875 e 1974, fundador do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e da Academia Paraibana de Letras, do anedotário que pintava o Barão como um ‘boçal’).

Por conta de sua história, o referido cidadão nomeia uma das ruas mais antigas da atual João Pessoa, exatamente a Barão do Maraú, paralela à São Miguel, no Varadouro, no chamado entorno do perímetro de tombamento histórico de João Pessoa. A referida via nasce nas imediações da icônica Praça do Trabalho, também conhecida como Praça da Pedra, na Rua da República, e segue até à rua Padre Ibiapina que, por sua vez, se liga à Índio Piragibe, que tem início, assim como a República, na Praça Venâncio Neiva, na parte alta da cidade.

Sérgio Botelho