Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Aderbal Piragibe - Por Sérgio Botelho

No tradicional bairro de Jaguaribe, há uma rua, de relativo trânsito, se prestando a moradias e negócios, entre a Praça General João Neiva/Avenida Doze de Outubro/Avenida 1º de Maio

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Aderbal Piragibe - Por Sérgio Botelho

No tradicional bairro de Jaguaribe, há uma rua, de relativo trânsito, se prestando a moradias e negócios, entre a Praça General João Neiva/Avenida Doze de Outubro/Avenida 1º de Maio (altura da Igreja do Rosário e do Centro Administrativo do Governo da Paraíba) e a Monsenhor Almeida, de nome Aderbal Piragibe.

A via abriga endereços gastronômicos muito benquistos na cidade, a exemplo do Mundial Lanches e do Cachorro Quente do Zé. O homenageado foi um jornalista, poeta e ativista político que marcou época na primeira metade do Século XX, em João Pessoa.

Num tempo em que a palavra era poderosíssima arma, ele a usou com muito efeito em suas duas expressões mais fortes: a oratória e a escrita. Aderbal Piragibe, nascido em Cabedelo, onde foi subprefeito, em 1937, e é nome de rua e de uma biblioteca, não se contentava em observar, pois era a própria luta em movimento.

Sua paixão pelas ideias que defendia o levou aos palanques, às ruas, aos jornais e ao coração do povo. Escreveu em A União, Correio da Manhã, O Liberal e O Norte. O ilustre cabedelense foi decidido ativista em favor das ideias da Aliança Liberal, apesar de ter sido amigo do advogado João Dantas, responsável pelo assassinato do então presidente da Paraíba, João Pessoa Cavalcante de Albuquerque, exatamente o estopim da Revolução Liberal de 1930.

Vitorioso o levante, se incorporou entre seus principais defensores, na Paraíba. “Hontem, fomos um vulcão chamejante, com a cratera escancarada à tyramnia. Hoje, somos um oásis tranquilo, onde o trabalho productivo e honesto exalça e dignifica um povo talhado ao benéfico amanho da terra”, escreveu ele na capa de A União, de 20 de julho de 1935, em favor de teses do então interventor Argemiro de Figueiredo.

Em 1938, publicou o livro “Paraíba Anedótica”, humorizando pessoas e fatos de sua época. Faleceu em julho de 1940. Em 1941 foi intensificado, com a participação da Associação Paraibana de Imprensa, movimento para que seu nome fosse homenageado na urbe pessoense, o que terminou acontecendo por meio da via jaguaribense.

Foto, do Google Street View, mostra o início da Aderbal Piragibe

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba