PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Praça do Meio do Mundo - PorSérgio Botelho

Abro espaço neste domingo para escrever sobre um marco bem interessante da vida diária da Paraíba, e que muito chama a atenção dos visitantes, e de nós mesmos, ao cruzarmos o local. É que na principal rota entre Campina Grande e Sertão, a BR-230, que parte de Cabedelo, o viajante se depara com uma placa anunciando a Praça do Meio do Mundo.

Fica em pleno Cariri paraibano, região de Caatinga e morfologicamente composta de muitas pedras, que formam os chamados lajedos. Explicando o mais cientificamente possível, lajedos são formações rochosas caracterizadas por extensas superfícies planas ou levemente inclinadas, compostas principalmente por rochas sedimentares ou metamórficas (resultante da transformação de rochas preexistentes). Eles são formados pela erosão ao longo do tempo, que desgasta a rocha de maneira uniforme, resultando em uma superfície plana e ampla.

No Brasil, especialmente no Nordeste, os lajedos são comuns exatamente em regiões semiáridas, como é o caso do Cariri. Repasso a explicação porque bem próximo da praça referida passa um encadeamento desses lajedos com o nome de Muralha do Meio do Mundo, e que se esparrama até o Piauí. Por conta justamente do nome concedido a essa expressão geológica vizinha é que, ao ser construída, na década de 1970, a arrumação foi denominada de Praça do Meio do Mundo.

Espacialmente, se trata de um entroncamento em forma de T entre as BR-230 e a BR-412 (antiga Estrada da Farinha). Partindo da praça o viajante segue ou para o sertão da Paraíba, e tome estrada, ou para Monteiro e alhures. Algum tempo após a inauguração, o Departamento Nacional de Estradas de Rodagens acomodou no local uma fração de rocha da muralha natural vizinha. Foi também construída uma pirâmide, onde, passados alguns anos, acabou sendo entronizada uma imagem de Padre Cícero doada pelo governo do Ceará.