Na confluência das ruas Henrique Siqueira, Cardoso Vieira, Gama e Melo e Cândido Pessoa, no Varadouro, local de intenso trânsito na capital paraibana, há uma pracinha, com um persistente e concorrido quiosque bem no meio, que já foi endereço de famosa charutaria e de uma casa de jogos.
O logradouro, onde também está localizado famoso cartório pessoense, ostenta denominação que nos remete a um fármaco mais que centenário em João Pessoa. Já se chamou oficialmente de Arruda Câmara, mas em 1935 passou a ter o nome de Antônio Rabelo, até os dias de hoje.
O homenageado foi um conceituado farmacêutico estabelecido à rua Maciel Pinheiro, ali pertinho, no final do século XIX e início do XX, com um laboratório na rua Barão da Passagem (atual Rua da Areia), também nas imediações, que levava o seu sobrenome. Para resumir a conversa, o Laboratório Rabelo foi onde se produziu pela primeira vez a famosa Água Rabelo.
De “vinho ido-tônico fosfatado, de Girard”, passando por “’floreine’ para amaciar a cútis e extinguir as sardas, espinhas, cravos do rosto etc”, até “xarope e pomada de Sethyol para o tratamento de erisipela”, tudo isso o farmacêutico Antônio Rabelo tinha, e era anunciado regularmente no A União, desde a década de 1890.
Havia, também, Elixir de Carnaúba e Sucupira, contra sífilis, e Regulador Maciel. A morte de Antônio Rabelo mexeu com a sociedade pessoense na época, e foi motivo de pronunciamento na Assembleia Legislativa.
Terminou com a renomeação da referida praça no Varadouro, hoje tombada como parte do patrimônio a ser rigorosamente preservado na capital paraibana.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba