Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Pindá - Por Sérgio Botelho

O local mais movimentado da Tambaú de seus primeiros tempos, na capital paraibana, foi o atual Largo da Gameleira. Há bem mais de um século

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Pindá - Por Sérgio Botelho

O local mais movimentado da Tambaú de seus primeiros tempos, na capital paraibana, foi o atual Largo da Gameleira. Há bem mais de um século que naquele sítio se instalaram pescadores artesanais, fornecendo parte dos pescados consumidos pela cidade.

Na década de 1910, passaram a se organizar na Colônia de Pescadores Z3 (a da foto, no local onde atualmente funciona o Bahamas), a partir de ação, nesse sentido, da Marinha do Brasil, que dividiu o litoral em Zonas de Pesca, submetendo-as às Capitanias dos Portos.

Havia o objetivo de aumentar o volume da pesca, feita, no Brasil, ainda de forma bem rudimentar, buscando progressiva independência da importação de pescados, pelo país. Diz-se que houve resistência dos pescadores ao fichamento, pois havia mais controle e cobrança de taxas.

Contudo, a Marinha ofertava serviços de atendimento de saúde, doação de redes e educação para os filhos dos pescadores. Em passo adiante no processo de industrialização da pesca brasileira, em 1962, no governo João Goulart, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), coincidindo com o governo Pedro Gondim, na Paraíba.

Foi aí que surgiu, em João Pessoa, a Pesca Industrial e Artesanal S/A, Pindá, sigla que também significa uma variedade de anzol, na linguagem indígena. A instituição passou a funcionar no prédio da Z3, que se mudou de caniço e samburá para um casa por trás do antigo Elite Bar, bar e restaurante histórico na esquina das atuais avenidas Rui Carneiro e João Maurício (terreno que hoje abriga movimentada agência do Banco do Brasil).

A lembrança da Pindá, para além dessas informações colhidas por meio de pesquisa, guarda caráter afetivo. Aquela parte da praia, em que reinava velha e frondosa gameleira, era onde bondes e ônibus tinham ponto final quando o destino era Tambaú.

E a Pindá, naturalmente, fazia parte daquele desejado cenário litorâneo, onde os pais costumavam comprar peixes, na volta para casa, permanecendo, assim, no imaginário coletivo dos que testemunharam sua existência.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.