Marcada por períodos de atuação e expulsão, a presença dos jesuítas na Paraíba é capítulo importante na construção do estado, deixando legado significativo na educação, na conformação urbana e na cultura locais.
Os jesuítas chegaram à Paraíba em 1585, acompanhando as expedições colonizadoras, junto com franciscanos, carmelitas, beneditinos e os irmãos leigos da Santa Casa de Misericórdia. Seu principal objetivo era a catequização dos indígenas, buscando convertê-los ao cristianismo e integrá-los à sociedade colonial.
Além da catequese, os jesuítas se dedicaram ao ensino, especialmente à educação de indígenas e colonos. Eles foram, mesmo, pioneiros na educação na Paraíba. Contudo, a atuação deles nem sempre foi pacífica, pois se envolveram em conflitos com os colonos por defenderem os indígenas da escravidão, o que gerou atritos com as autoridades coloniais.
Isso resultou em expulsões temporárias, como a ocorrida em 1589 durante o governo de Feliciano Coelho, na Paraíba. Em 1759, por determinação do Marquês de Pombal, secretário de Estado português por quase 30 anos, durante o reinado de D. José I, a Companhia de Jesus foi expulsa dos territórios portugueses.
Na Paraíba, a medida resultou em fechamento das missões jesuíticas e transferência de seus bens para a Coroa. A expulsão dos religiosos teve impactos sérios na estrutura social e econômica da região, com muitas reclamações ao Reino, afetando a assistência religiosa e a educação. Apesar das dificuldades, o trabalho educacional dos jesuítas deixou marcas na cultura paraibana, bem como significativo legado em pedra e cal no estado.
Em João Pessoa, o conjunto arquitetônico jesuítico, composto pela Igreja de São Gonçalo (depois, Nossa Senhora da Conceição, demolida em 1929), pelo Colégio e pelo Convento (hoje, entretanto, resumida ao Palácio da Redenção e à Faculdade de Direito, na Praça João Pessoa), é testemunho da presença da ordem na cidade.