Como a gente vem falando sobre os potiguaras, com tantas referências à Baía da Traição, abro um espaço nas impactantes histórias das relações indígenas com os europeus, no Século XVII, para falar da própria Baía, que apresenta detalhes da natureza ainda relativamente bem preservados pela ação dos nativos. Um dos locais a evocar poesia, mistério e carga simbólica forte é o Rio do Gozo, localizado na Aldeia Tracoeira, naquele município.
O rio é um afluente de águas cristalinas que serve como nascente do Rio Sinimbu, que banha diversas localidades do município, proporcionando espaços para banhos e lazer. Acolhido como sagrado pelos Potiguaras, o rio é envolvido por uma vegetação resguardada, com fragmentos de matas ciliares que contribuem para a manutenção de suas águas limpas e calmas. É um local muito procurado tanto pelos indígenas quanto por turistas que desejam nadar e se refrescar em um ambiente natural e tranquilo.
A comunidade, reconhecendo a importância cultural e ambiental do Rio do Gozo, implementou medidas extras. Foi estabelecido um ordenamento que inclui a cobrança de taxa para acesso, visando controlar o fluxo de visitantes. Além disso, há áreas reservadas para assados, incluindo mesas onde as famílias podem se reunir para refeições. Os moradores também oferecem pratos típicos da culinária local, como de caranguejo, mariscos e peixes, enriquecendo a experiência dos visitantes.
No trajeto até o Rio do Gozo, se destacam pontos de interesse cultural, como as ruínas da Igreja de São Miguel Arcanjo. A preservação do Rio do Gozo e seu entorno reflete o compromisso da comunidade indígena em manter suas tradições e o meio ambiente, ao mesmo tempo em que compartilham sua cultura com os visitantes, promovendo um turismo sustentável e respeitoso.
Foto do site Trilhas dos Potiguaras, do Governo da Paraíba.