Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O prédio do Iphaep - Por Sérgio Botelho

No belo prédio da foto, situado na esquina da avenida João Machado com a rua Coronel Antônio Soares, tem endereço

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O prédio do Iphaep - Por Sérgio Botelho

No belo prédio da foto, situado na esquina da avenida João Machado com a rua Coronel Antônio Soares, tem endereço o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), órgão que cuida da preservação da memória paraibana.

O seu morador mais ilustre foi José Rodrigues de Carvalho, proprietário inicial, um cidadão que trabalhou com a política, com o judiciário, com as letras, com o folclore e com o jornalismo de A União, tendo presidido o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

Viveu entre o século XIX e o XX, na Paraíba, onde nasceu (em território hoje pertencente ao município de Alagoinha, mas na época na circunscrição de Guarabira, sendo, assim, reverenciado pelas duas cidades), no Ceará e no Recife, cidade em que residiu nos últimos anos de vida.

O prédio teve outras serventias, como sede da Secretaria de Planejamento do Estado. Apesar da não datado oficialmente, a obra parece ser dos anos 1920 (Rodrigues de Carvalho faleceu em dezembro de 1936), portanto, logo nas primeiras décadas de existência da bela avenida João Machado, sobre cuja importância já falamos à exaustão, enquanto parte do processo de expansão da capital paraibana.

Mas também local escolhido pela elite da cidade da Parahyba para construir suas mansões, no tempo do boom do algodão, juntamente com os produtores de açúcar e outras patentes econômicas importantes da época. Coincidiu, ainda, com os benefícios trazidos ao estado pelo governo federal do paraibano Epitácio Pessoa (1919-1922).

Pelo que se vê, em função de ter serventia, melhor ainda, pelo Iphaep, o prédio está bem cuidado, o que sugere ser o aproveitamento funcional dessas marcantes edificações pessoenses um capítulo fundamental no processo de revitalização do nosso sítio histórico.

De acordo com o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba, possui “indicadores da linguagem Art Nouveau, como as esquadrias e o gradil que arremata o muro frontal do imóvel”.

O edifício é tombado pelo Iphaep desde 1980.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba