Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O prédio da Sociedade Italiana Beneficente 20 de setembro - Por Sérgio Botelho

Não que haja durante toda a sua existência - que data de 1885, conforme se lê em seu frontispício, no número 366 da antiquíssima e gloriosa Rua da Areia, 366 - servido como sede da Sociedade Italiana Beneficente 20 de setembro. (A utilização da data no nome da instituição lembra o final do processo de unificação da Península Italiana, em 1870, quando se deu a tomada de Roma).

Foto: Internet

Não que haja durante toda a sua existência – que data de 1885, conforme se lê em seu frontispício, no número 366 da antiquíssima e gloriosa Rua da Areia, 366 – servido como sede da Sociedade Italiana Beneficente 20 de setembro. (A utilização da data no nome da instituição lembra o final do processo de unificação da Península Italiana, em 1870, quando se deu a tomada de Roma).

Mas foi nessa condição que atravessou boa parte da primeira metade do Século XX, desde que foi adquirido, entre 1917 e 1918, até 1942 quando teve seus bens confiscados pelo governo federal em virtude de o Brasil ter declarado guerra à Itália, na Segunda Guerra Mundial. A Sociedade Italiana Beneficente 20 de Setembro tinha como objetivo promover a cultura italiana e prestar assistência aos membros da comunidade daquele país, no Brasil.

Só para completar a história, que até tem mais detalhes, em 1948 o prédio foi devolvido aos italianos que, no entanto, não retornaram ao local. Voltando mais no tempo, a construção, que é devidamente tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep), tem outro registro memorial significativo, apesar de fugaz, que foi o de ter hospedado, em 1895, o notável maestro brasileiro, de prestígio internacional, Carlos Gomes, autor, entre outras proezas musicais, da ópera O Guarani, baseada em romance homônimo do escritor cearense José de Alencar.

Nessa época, pertencia ao músico paraibano Francisco Lima, segundo registra o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba. Ainda segundo a mesma fonte, o terceiro andar do prédio, onde efetivamente estava sediada a entidade italiana, tem ligação com a rua Cardoso Vieira, paralela à rua da Areia.

Na sequência, igualmente conforme o Memória, pertenceu a Pedro Augusto de Almeida (nome que remete a um ex-prefeito de Bananeiras, a conferir, falecido em 1950, que chegou a deputado estadual e à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa). Também de acordo com o Memória João Pessoa, até o final do século XX, o prédio pertencia à filha de Pedro Augusto, de nome Terezinha Almeida Melo, “e se encontrava em precário estado de conservação”, por sinal, a mesma sensação que passa atualmente.

Conforme descrição técnica, “o prédio constitui um exemplar do ecletismo produzido no Brasil, possuindo frontão clássico, janelas de arco ogival e outros elementos decorativos na fachada”.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba