Ultimamente, para falar sobre pontos históricos de João Pessoa, tenho usado trechos de um livro chamado Descrição Geral da Capitania da Paraíba, escrito pelo holandês Elias Herckman, em 1639, após governar por três anos o território por ele descrito.
Na obra, que curiosamente somente foi impressa no Século XIX, o autor apresenta um relato minucioso que combina geografia, economia, sociedade e cultura em um texto que ainda fascina estudiosos e leitores interessados na história do Brasil.
O objetivo, enfim, cumprido, foi o de elaborar um relatório para a Companhia das Índias Ocidentais, da qual era um dos dirigentes, detalhando o potencial econômico da região.
O livro aborda temas como a geografia da capitania, a cidade de Frederica (atual João Pessoa) a fertilidade do solo, os rios e suas possibilidades de navegação, além de aspectos como o clima e as riquezas naturais. Ele descreve também as plantações de cana-de-açúcar e outros cultivares, evidenciando o foco econômico da ocupação holandesa.
Além disso, Herckman dedica parte da obra às questões sociais e culturais. Ele descreve os indígenas locais e suas práticas culturais, com os naturais vieses de sua época e de sua origem europeia. A obra acaba fornecendo material valioso para compreender o encontro de culturas e os impactos da ocupação europeia na região, na condição de uma das fontes primárias mais importantes sobre a Paraíba da época.
Embora escrito há quase quatro séculos, Descrição da Capitania da Paraíba continua sendo essencial para historiadores, antropólogos e geógrafos. Sem dúvida, Descrição Geral da Capitania da Paraíba é uma obra fundamental para compreender a história paraibana e sua inserção no contexto colonial.
O acesso à obra digitalizada, publicada pela Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco é simples.
Basta você escrever no Google o nome completo do livro, e, rapidamente, ele lhe aparece em português, completo, com suas 288 páginas maravilhosas, do ponto de vista histórico, com a assinatura de Elias Herckman, e a datação: “Recife de Pernambuco em o último dia de Julho de 1639”.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba