Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O jornal A Imprensa - Por Sérgio Botelho

O prédio da foto, na Praça Dom Adauto, tem história particularmente vinculada à imprensa paraibana. Durante o período de 1897 a 1968, em que pese algumas interrupções, nele funcionou o jornal A Imprensa, com gráfica própria, vinculado à Igreja Católica. Quem formulou e pôs a ideia em prática foi o arcebispo Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, que geriu o catolicismo na Paraíba entre 1894 e 1935, enquanto bispo e arcebispo.

Foto: Internet

O prédio da foto, na Praça Dom Adauto, tem história particularmente vinculada à imprensa paraibana. Durante o período de 1897 a 1968, em que pese algumas interrupções, nele funcionou o jornal A Imprensa, com gráfica própria, vinculado à Igreja Católica. Quem formulou e pôs a ideia em prática foi o arcebispo Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, que geriu o catolicismo na Paraíba entre 1894 e 1935, enquanto bispo e arcebispo.

Dentro da perspectiva de romanizar a Igreja no estado, ou seja, de estreitar os laços com o Vaticano, Dom Adauto entendeu de pôr em funcionamento um órgão de divulgação do pensamento e das atividades da igreja. Isso, ao mesmo tempo que organizou colégios confessionais, um seminário, implantou os círculos operários e, aos poucos, extinguiu as irmandades de leigos, entregando o comando das igrejas ao clero secular.

A política, na verdade, era do Vaticano, frente à laicização em curso nos Estados Nacionais (no Brasil, desde 1889, foi instalada a República com a consequente separação entre Igreja e Estado) e o avanço do protestantismo e das ideias socialistas – ambos os fenômenos, com forte penetração nas camadas populares -, com a consequente necessidade de unificar o pensamento católico.

Tanto assim que, ao mesmo tempo de A Imprensa, outros impressos católicos circularam na Paraíba e em outros estados brasileiros. Em sua trajetória, A Imprensa veiculou notícias regulares e artigos escritos por gente da elite pensante e conectada com a Igreja. No período em que circulou, especialmente na primeira metade do Século XX, exerceu, em boa parte, a influência desejada pela Cúria.

Com relação ao poder público estadual, registre-se que em 1942, em pleno Estado Novo, Rui Carneiro, interventor da Paraíba, mandou fechar o jornal. Durante a ditadura Vargas era muito difícil o convívio entre imprensa e Estado, o que se estendia também às Unidades da Federação. Mas, antes disso, de 1903 a 1912, saiu de circulação por problemas financeiros.

Ao lado de outros jornais editados na Paraíba, ao longo do tempo, A Imprensa se constitui em excelente fonte histórica, não apenas para análise da fase em que circulou como ainda na condição de escaninho de informações e análises sobre períodos anteriores e ale.

Duas instituições se destacam por possuírem as melhores coleções do jornal A Imprensa. São elas: o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese da Paraíba e o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba