Entre a segunda metade da década de 1910 e a primeira da década de 1920, a cidade de Parahyba (atual João Pessoa) viu surgir cinco grupos escolares, inaugurando um novo modelo educacional de caráter republicano que estava sendo implantado no Brasil.
O objetivo era substituir o ensino ministrado em escolas isoladas, onde professores lecionavam obedecendo a didáticas e conteúdos próprios. Mais do que isso, havia forte influência do positivismo, com ênfase na ciência, na razão e no progresso, a impulsionar a busca por um modelo escolar que se pretendia mais eficiente e organizado.
Os grupos escolares, com sua estrutura padronizada e currículo centralizado, refletiam essa busca por racionalização e controle do processo educativo. Os referidos grupos (pela ordem, no tempo, o Thomaz Mindelo, o Epitácio Pessoa, o Antônio Pessoa, o Isabel Maria das Neves e o Pedro II) primavam por serem construções arquitetonicamente ecléticas, com salas ventiladas e boa iluminação, além de corredores, biblioteca e ambientes de atenção à saúde.
Dessa maneira, ia sendo substituída a prática majoritária, até então, de o ensino ser ministrado em locais improvisados, como, por exemplo, as casas dos próprios professores. As respectivas construções, destinadas à educação, por conta do planejamento arquitetônico, a cargo de profissionais gabaritados, acabavam também por embelezar a cidade em expansão.
Se os grupos escolares anteriores homenageavam paraibanos, todos republicanos, o último deles recuperava a imagem do segundo imperador brasileiro, numa aparente contradição de princípio, já que, conforme comentamos, se tratava de uma nova visão educacional a romper com os cânones do ensino vigente na Monarquia.
O mais novo dos grupos escolares foi edificado na progressista Rua das Trincheiras, de frente para uma balaustrada, construída alguns anos antes, tudo junto contribuindo para os novos ares de modernidade da capital paraibana.
Já bem próximo da João da Mata, junto com a Escola de Artífices (depois, Escola Técnica Federal da Paraíba, e hoje, Reitoria do Instituto Federal de Educação), construída pouco depois, beneficiava alunos principalmente de Jaguaribe, ABC e Cruz das Armas.
Na foto, o prédio do antigo Grupo Escolar Pedro II, atualmente.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba