Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O Festival de Verão de Areia, em seus primeiros anos - Por Sérgio Botelho

Seria a sétima versão, iniciada nos terríveis anos de 1970 (no caso, em 1976), com o aval do então governador Ivan Bechara

Foto: reprodução
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Em 1982, às vésperas da realização de mais uma edição do já denominado Festival de Artes de Areia (inicialmente, Festival de Verão), o evento esteve ameaçado de não acontecer. Ordens vindas dos escombros da ditadura ordenaram a sua não realização. Seria a sétima versão, iniciada nos terríveis anos de 1970 (no caso, em 1976), com o aval do então governador Ivan Bechara, o esforço institucional do secretário de Educação Tarcísio Burity, a bênção de José Américo de Almeida (como benefício a sua Areia), com a regência entusiasmada, em vários dos seus momentos, do saudoso comandante da Cultura do Estado, Raimundo Nonato Batista (que, em vida, fez de tudo, enquanto lhe deram apoio, pela cultura paraibana).

Um dos idealizadores foi Eilzo Matos (secretário de Segurança Pública), ex-deputado, escritor e atualmente membro da Academia Paraibana de Letras. Mas não teve jeito, àquelas alturas (falo de 1982), Burity, já governador, tratou de garantir a realização do festival.

Alberto Kaplan, Antônio Houaiss, Ariano Suassuna, Carlos Aranha, Dias Gomes, Doc Comparato, Edilberto Coutinho, Ednaldo do Egito, Fernanda Montenegro, Ferreira Gullar, Henfil, Inácio de Loyola Brandão, Ivan Proença, Janete Clair, João Ubaldo Ribeiro, José Wilker, Jean-Claude Bernadet, José Carlos Avellar, Ledo Ivo, Lígia Fagundes Teles, Nêumanne Pinto, Paulo Gracindo, Paulo Pontes, Raymundo Magalhães Junior, Raul Córdula, Regina Casé, Sérgio de Castro Pinto, Simeão Leal, Unhandeijara Lisboa, Willis Leal, Ziraldo e tantos outros nomes da cultura paraibana e nacional ocuparam as acomodações do recém inaugurado Hotel Bruxaxá e passaram pelo palco do Teatro Minerva (foto) a fazerem palestras, se apresentarem ou ministrarem cursos no campo das artes. (Fiz questão de citar os principais nomes dos responsáveis pelo Festival de Verão de Areia, em sua largada e primeiros anos, por absoluta necessidade de neles reconhecer, de onde menos se poderia esperar, em especial, pela conjuntura daquele momento, a paternidade da iniciativa).