Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O capítulo Catharina Moura - Por Sérgio Botelho

Ontem, falamos sobre a notável professora Francisca Moura, que nomeia rua importante do Centro de João Pessoa.

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: O capítulo Catharina Moura - Por Sérgio Botelho

Ontem, falamos sobre a notável professora Francisca Moura, que nomeia rua importante do Centro de João Pessoa. Outro dia, abordamos a primeira tentativa de criação de uma “Universidade Popular”, na capital paraibana, ao tempo do governador João Pereira de Castro Pinto, presidente da Paraíba entre 1912 e 1915.

Na sessão solene de janeiro de 1913, no Teatro Santa Roza, para criação da referida instituição universitária, insolitamente havia duas mulheres convidadas: Catharina Moura e Ângela Moreira Lima. Na ocasião, ficou decidido que os intelectuais presentes se encarregariam de uma série de conferências abordando temáticas acadêmicas diversas.

Na data que lhe coube, a doutora Catharina defendeu corajosa tese, embora precavida, sobre os Direitos da Mulher, na sequência publicada, na íntegra, por A União. Doutora, porque um ano antes, Catharina já virara motivo de muita admiração por ter sido a única mulher formada em Direito na vetusta e masculina Faculdade de Direito de Olinda, com nota final na categoria da Distinção, e consequente passeio pago na Europa.

Agora, importa saber que o sobrenome Moura vem de Francisca Moura, a professora, exatamente sua mãe. Da conferência que fez em diante, Catharina seguiu militando na Associação Paraibana para o Progresso Feminino, e ensinando na Escola Normal. Mas também escrevendo, o que a transforma numa influente figura feminina da história pessoense, do ponto de vista do pensamento e da coragem.

O resgate da pioneira paraibana pelos direitos da mulher foi feito, entre nós, no livro “Catharina Moura e o Feminismo na Parahyba do Norte”, escrito por Charliton Machado, Lúcia Nunes e Márcia Mendes, afora alguns outros trabalhos acadêmicos de importância. Porém, muita coisa pode ser encontrada na coleção de A União, um fantástico jornal paraibano que insiste em seguir adiante, para gáudio intelectual do nosso estado.

Observação: procurei, mas não encontrei nada, em João Pessoa, sequer um beco, que homenageasse a ilustre conterrânea.

(Na foto, o Teatro Santa Roza, onde Catharina Moura defendeu os Direitos da Mulher, em pleno 1913).

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba