O atual bairro de Tambauzinho, antes de se tornar o que é, ganhou notoriedade a partir do início do Século XX, quando ali foi implantada uma estação da Ferro Carril Paraibana, cujos trilhos deveriam chegar a Tambaú. Na sequência, onde hoje se localiza o quartel do I Grupamento de Engenharia, passou a funcionar uma escola agropecuária.
A região era conhecida como Imbiribeira por conta de uma árvore, assim batizada pelos nativos, bem marcante no local. Com o tempo, a madeira da imbiribeira passou a ser valorizada por sua resistência e durabilidade, sendo usada em construções (destacadamente na forma de ripas), na fabricação de móveis, e em peças artesanais. Ora chamada de Bosque da Imbiribeira ora de Floresta da Imbiribeira, os escribas da época não poupavam elogios ao belo cenário natural que a região ostentava.
No início dos anos 1930, entre o governo João Pessoa e Antenor Navarro, foi ali construído um aeródromo, denominado Campo da Imbiribeira, um dos primeiros campos de pouso a operar na capital paraibana – antecedido pelo Rio Sanhauá, que a esse papel se prestava nos tempos dos hidroaviões -, marcando o início da aviação na cidade. O Campo da Imbiribeira desempenhou papel de grande importância na história da aviação comercial e militar paraibana. Sua localização privilegiada e relativamente próxima ao centro da cidade tornou-o ponto estratégico para as operações aéreas da época.
O aeródromo foi construído durante um período em que a aviação ainda engatinhava no Brasil, servindo tanto para voos experimentais quanto para conexões regionais. Além disso, ele era utilizado para a formação de pilotos e, também, para manobras militares, especialmente no contexto da Segunda Guerra Mundial, quando as cidades do Nordeste assumiram papel logístico. Com o crescimento urbano e a modernização das estruturas aeroportuárias, o aeródromo foi desativado, dando lugar a novos projetos para a cidade. A área acabou sofrendo transformações urbanas significativas, até os dias de hoje. Contudo, a memória do Aeródromo da Imbiribeira permanece viva como parte do patrimônio histórico de João Pessoa.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.