
Há, em João Pessoa, espaços públicos e instituições que homenageiam uma ilustre figura paraibana, hoje, infelizmente, não tão lembrada por muitos pessoenses. Falo de Napoleão Laureano, um médico e político, nascido em Natuba, que viveu entre os anos de 1914 e 1951, exercendo sua profissão em João Pessoa, e que hoje dá nome a logradouros da capital paraibana (uma rua no Varjão e uma vistosa praça no Centro Histórico da capital paraibana, em frente à Estação Ferroviária).
A Câmara Municipal de João Pessoa também atende pelo nome de Casa de Napoleão Laureano, desde 3 de setembro de 1963. É que, em rápida incursão na política, conseguiu ser o segundo vereador mais votado de João Pessoa, comandando a Câmara Municipal no período de 1949 a 1951, quando se afastou, justamente por conta do agravamento do seu estado de saúde. Seu feito político aconteceu ao tempo da redemocratização do país, após a ditadura do Estado Novo. Mas, principalmente, nomeia uma das mais importantes casas de saúde pessoenses, o Hospital Napoleão Laureano, inaugurado em 24 de fevereiro de 1962, centro de referência nacional para doenças oncológicas, a principal especialidade à qual se dedicou Laureano em sua curta existência.
Recentemente, o teatrólogo Tarcísio Pereira produziu uma peça teatral de nome “Um Certo Napoleão”, cujo personagem central é exatamente essa figura excepcional da história pessoense, mas que também é homenageado em outras partes do país, destacadamente no Rio de Janeiro.
Foi naquela cidade em que faleceu o médico paraibano, após luta perdida contra o câncer que lhe acometeu, após sua breve vida de profissional inteiramente dedicada, como já nos referimos, à peleja contra o mal. Na verdade, Napoleão Laureano é reconhecido nacionalmente como símbolo de dedicação à medicina e ao serviço público. Sua figura transcende fronteiras locais, sendo lembrado em diferentes círculos médicos e filantrópicos do Brasil. Ele enfrentava desafios médicos com coragem e empenho, incluindo a sua própria condenação à morte, atuando em hospitais da Paraíba e buscando aprimoramento constante, mesmo diante das dificuldades da época.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.