Dificilmente você vai encontrar transgênicos entre os produtos comercializados pelo movimentadíssimo, sobretudo aos domingos, Mercado Público de Oitizeiro.
A referida feira livre, conforme proclama o seu nome oficial, fica no bairro de Oitizeiro, cujo processo de urbanização, junto com o mercado, teve início na primeira metade da década de 1950, desde terras pertencentes à família Novaes.
Houve um tempo em que parte da área foi mesmo apelidada de Bairro dos Novaes, mas prevaleceu o nome tradicional, posto em função da grande quantidade de pés de oitis (fruta parecida com a manga e original da Mata Atlântica) que marcavam a região.
O logradouro é cortado pela imensa avenida Cruz das Armas, bem antigamente conhecida como Estrada para o Recife. Mas como ia dizendo, a principal característica da ampla maioria dos produtos ofertados na feira de Oitizeiro é a de ter raízes na agricultura familiar, praticada nas áreas rurais dos municípios que se perfilam nas proximidades de João Pessoa.
Dessa forma, atrai não só comerciantes, mas consumidores de outros municípios, inclusive de Pernambuco. Em seus espaços restritos e ampliados, a gente encontra frutas e hortaliças, raízes, folhas e tubérculos, mas também bicicleta e carro para vender; tem carne de boi, porco, carneiro e bode, e suas vísceras; arroz, milho e feijão, e ainda caranguejo e siri; sem faltar tapioca e cuscuz com um café preto quente; tem cachaça e cantoria e tem produto artesanal que serve às residências de todas as gentes; tem barbeiro, costureira e salão de beleza; e, mais do que tudo, tem muita prosa, conversa jogada fora e uma amplíssima e desavergonhada pechincharia, que cresce ainda mais à medida que o dia vai avançando.
A Feira de Oitizeiro faz parte de um circuito de mercados públicos de destaque na cidade de João Pessoa, com a companhia do Central, da Torre e de Jaguaribe. Há outros, mas esses são os mais populares.
Na foto, o Mercado Público de Oitizeiro, em uma terça-feira de calmaria.
Fonte; Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba