Há figuras punidas pela historiografia, apesar da positiva relevância de sua existência, que merecem ser revisitadas pelo memorialismo.
Uma dessas figuras é a do marechal paraibano José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (1885-1959), irmão do famoso ex-presidente da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (1878-1930).
Diferentemente do irmão, que seguiu carreira predominantemente civil, embora com passagens pela vida militar, José Pessoa foi uma figura marcante da história militar, mas que terminou assumido dimensão civil significativa.
Herói condecorado da Primeira Guerra Mundial, José Pessoa destacou-se em batalhas por sua bravura e liderança. Foi um dos poucos oficiais brasileiros a atuar diretamente no conflito europeu, o que lhe garantiu respeito internacional e distinções importantes.
No entanto, sua carreira foi marcada não apenas por feitos militares, mas também por sua posição ética e firme contra a intervenção de militares na política. Durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945), José Pessoa foi preso, mesmo sendo herói de guerra, por se opor ao uso das Forças Armadas como instrumento de poder político.
Em 1955, já como marechal, ele foi nomeado presidente da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, missão estratégica que envolvia estudos técnicos, geográficos e de infraestrutura.
Notícias Relacionadas
O trabalho da comissão, finalizado em 9 de maio de 1955, foi fundamental para a escolha do local onde seria construída Brasília, a nova capital do Brasil.
Esse estudo técnico-científico embasou a decisão política de Juscelino Kubitschek e serviu de guia para os planos urbanísticos de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Assim, José Pessoa figura na história nacional como um homem de grandeza dupla: a do campo de batalha e a da ética pública, que, mesmo sob o peso das perseguições, contribuiu decisivamente para um dos maiores projetos de modernização do Brasil: a criação de Brasília.
Portanto, fica o registro de uma figura paraibana de dimensão internacional, herói de guerra e da validação democrática brasileira.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
