PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Lucena colonial - Por Sérgio Botelho

A ocupação de terras do atual município de Lucena, pelos europeus, é tão antiga quanto a conquista da Paraíba.

Em sua Descrição Geral da Capitania da Paraíba, escrita em 1639, Elias Herckmans — governador holandês sobre o território paraibano — cita a presença de portugueses, com funções estabelecidas no lugar, e já explica a origem da denominação.

“Do Cabedello para além da barra do Parahyba está a ponta de Lucena; a direção é através dos baixos uma grande légua para o nornoroeste. Esta ponta é mui proeminente; ao norte della sae no mar um desaguadouro. Ahi habitou outr’ora um homem que transportava as pessoas (de um lado para o outro) em uma barca, donde vem o nome de ponta de Lucena”, explica o neerlandês, revelando a existência da figura homenageada com o nome do local desde época anterior à sua (de Herckmans).

E tem mais: “No rio Mirery e em distância de três léguas da costa havia uma aldeia com o mesmo nome, mas está em ruínas, e os índios moram agora junto às de Jacuipe e Pontal. O nome de Mirery vem de uma planta que dá ali em abundância, e que em língua brazílica se chama Mery. Mirery quer, pois, dizer: ‘água da planta ou herva mery.’ Entre esta aldeia arruinada e a praia, este distrito se chama Tupabara. Aí moram alguns portugueses que vivem de serrar madeira, fazer farinha, criar gado &”, relata o escritor holandês, que também fala sobre a existência do Engenho Miriri, contudo, segundo ele, parado.

Lucena, portanto, é município de registros históricos escritos, com acreditação dos primeiros tempos coloniais. Vê-se que logo a área virou território de interesse para a colonização portuguesa, devido à sua localização costeira e proximidade com o rio Paraíba. E, lógico, muito, mas muito antes disso, pela presença indígena na região.