Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Lopo Garro - Por Sérgio Botelho

Há uma rua em João Pessoa que, embora sem grande visibilidade urbana, é antiga e ostenta nome próprio bastante incomum

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Lopo Garro - Por Sérgio Botelho

Há uma rua em João Pessoa que, embora sem grande visibilidade urbana, é antiga e ostenta nome próprio bastante incomum, a ponto de chamar a atenção: Lopo Garro. O homenageado foi importante para a história da Paraíba e do Nordeste.

Com o nome de Lopo (de origem latino-portuguesa a significar lobo, comum em Portugal na Idade Média, que até evoluiu para o de família Lopes), e sobrenome Curado Garro, era lisboeta, nascido por volta de 1610.

O cidadão, de uma família que se tornou dona de engenho, em Pernambuco, foi cunhado de André Vidal de Negreiros, casado com uma irmã (Isabel) do herói paraibano da guerra contra os holandeses.

A rua Lopo Garro, no bairro da Ilha do Bispo, praticamente margeia o rio Sanhauá, se ligando diretamente ao mangue, pela Travessa Lopo Garro, à intensa avenida Redenção, por meio da rua José Felix de Souza Filho (na verdade, uma continuação da Lopo Garro), além de um pequeno beco que a conecta com a movimentada Avenida Nova Liberdade.

A via, que existe desde que o bairro se chamava Povoação Índio Pyragibe, foi a primeira com o nome de Redenção, naquele sítio urbano, nas primeiras décadas do Século XX. O novo nome foi oficializado pelo então prefeito de João Pessoa, Antônio Pereira Diniz, em outubro de 1935.

Lopo, que dominava a palavra escrita, e formava opinião, lutou junto com Vidal de Negreiros contra os batavos, até à vitória final em 1654. Lopo Garro, há apenas 20 dias do fato, narrou inominável brutalidade perpetrada pelos holandeses em Uruaçu-RN, em 1645, sob o comando do alemão Jacob Rabbi, contratado pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesas.

A narrativa foi feita por meio do panfleto “Breve, verdadeira e autêntica Relação das últimas tiranias e crueldades que os pérfidos Holandeses usaram com os moradores do Rio Grande”.

Historiadores consideram que o relato de Garro desempenhou papel importante na construção da memória coletiva sobre o cruel massacre e na formação de uma identidade regional baseada na resistência aos invasores.

Lopo Garro morreu na cidade de Parahyba (atual João Pessoa), em 1664.

Na imagem do Google Maps, a localização da rua Lopo Garro.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba