
O jornal A União, de 9 de fevereiro de 1982, anunciava em primeira página o reinício da pesca da baleia em Costinha, para o período referente àquele ano.
A Copesbra, Companhia de Pesca do Norte do Brasil, era a empresa responsável pela questionada atividade na Paraíba, criada no início da década de 1910, pelos cônsules Julius Von Sohsten, dos Países Baixos, e Einar Svendsen, da Noruega, segundo apurado pelo jornalista e historiador Hilton Gouveia, e publicado em matéria do A União, datada de 18 de dezembro de 2011.
Segundo Hilton, os primeiros passos na pesca da baleia no Brasil teriam sido empreendidos pelo espanhol Pero y Urecha, que obteve licença de Felipe de Espanha e Portugal em 1602, para desenvolver a atividade por 10 anos. Depois disso, continuou, como assunto exclusivo do domínio real.
Da baleia, na época, era aproveitado com destaque o óleo, usado para iluminação. No período de pesca na Paraíba, além do óleo, eram comercializadas as barbatanas, a farinha de ossos e a carne, que findava exportada, porém muito consumida localmente. Em João Pessoa, Cabedelo e Lucena, a carne da baleia tinha preço baixo e, lógico, a preferência dos consumidores.
O Restaurante Universitário da UFPB chegou a oferecê-la em suas refeições regulares. Voltando ao anúncio de 1982, em A União, sem assinatura do jornalista responsável, naquele ano, a pesca estaria permitida entre primeiro de julho e final de dezembro, portanto, num período exato de seis meses.
E mais: a Paraíba teria direito a um acréscimo de 13% no número de baleias a serem mortas, o que significava 948 cetáceos, conforme decisão da Comissão Internacional da Baleia, reunida em Londres. Em meio à luta dos ambientalistas pelo fim da pesca da baleia, a matéria informava que, em 1983 ela seria proibida.
Não foi, e em 1984, com início em 10 de agosto, conforme outra matéria no A União, a atividade continuava, em Costinha.
A pesca da baleia no Brasil somente foi proibida no governo Sarney, pela Lei 7.643, de 18 de dezembro de 1987 (devidamente checada), quando acabou a macabra festa, que também exerceu forte atração turística.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.