Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Joaquim Torres - Por Sérgio Botelho

Em 1º de março de 1947, o então prefeito de João Pessoa, Abelardo Jurema, decretava a nomeação do Mercado Público da Torre

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Joaquim Torres - Por Sérgio Botelho

Em 1º de março de 1947, o então prefeito de João Pessoa, Abelardo Jurema, decretava a nomeação do Mercado Público da Torre, inaugurado por ele em 6 de janeiro daquele ano, como Joaquim Torres.

O prefeito atendia, nesse sentido, a manifestações públicas de moradores que mantinham verdadeira adoração pela figura de Torres, então, já falecido, responsável pelo nome do próprio bairro.

Três dias depois, um domingo, a população local se reuniu com grande participação para afixar uma placa de bronze, confeccionada por meio de cota popular, com os seguintes dizeres: “Homenagem do operário paraibano à memória do saudoso mestre Joaquim Torres, patrono deste Mercado, construído na administração do Exmo. Sr. Prefeito dr. Abelardo Jurema, em 6 de janeiro de 1947”.

Como já foi registrado pelo nosso grande cronista, Gonzaga Rodrigues, apesar de o dono daquelas terras haver sido Manoel Deodato – e, posteriormente à sua morte, a viúva Júlia Freire –, o maior sucesso quem fazia mesmo era um de seus homens de confiança, justamente Joaquim Torres, que punia pelas dores e necessidades do povo, além de atuar como operário e mestre de obras. (Há referências, em A União, de que Torres também mantinha um viveiro de peixes para o consumo local).

O bairro da Torre, além da origem fortemente popular, sediou, dessa maneira, uma notável movimentação de caráter classista, na cidade, quando a população fincou pé em torno da eternização, no bairro, do nome de um igual. Aliás, particularidade reconhecida em discurso pela própria representação da prefeitura, quando da inauguração da placa celebrando Joaquim Torres.

Hoje, o Mercado Público da Torre, na sua versão mais moderna, datada da década de 1950, na gestão Miranda Freire, é um dos mais populares de João Pessoa. E a Torre, um dos nossos mais tradicionais bairros.

Sob o título “A homenagem dos operários paraibanos ao mestre Joaquim Torres”, e o subtítulo “Assinalado no bronze o nome desse modesto obreiro no Mercado da Torrelândia”, A União (06.03.47) publicou a foto que ilustra o texto, revelando a significativa participação popular, na afixação da placa.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba