Paraíba - A cidade de João Pessoa deve ser vista como um espaço onde tradição e modernidade devem coexistir sem antagonismo. Não pode haver contradição entre preservar o passado e acolher o novo. A cidade carrega nas ruas, praças e edifícios do centro histórico a memória de tempos antigos, marcada por arquiteturas coloniais, onde se incluem igrejas e casarões seculares. Isso tem de ser preservado. Ao mesmo tempo, se transforma com novas construções, tecnologias e formas de ocupação urbana que refletem o presente e projetam o futuro. Esse equilíbrio entre herança e inovação é o que configura João Pessoa atualmente, permitindo que sua identidade se fortaleça sem se fechar às mudanças inevitáveis do tempo. Aliás, nenhuma cidade pode ser estática, mas também não pode se descaracterizar; precisa, necessariamente, incorporar diferentes tempos e estilos em sua paisagem, assim como acontece com a própria história de seus habitantes. Afinal, a cidade é organismo vivo e, portanto, em constante transformação, onde passado e presente precisam coexistir na direção do futuro. Ao evoluírem com o tempo, abrigam tanto suas raízes históricas quanto novas propostas arquitetônicas. Nesse sentido, João Pessoa precisa preservar origens e marcos urbanos ancestrais, fundamental para manter a identidade e a memória coletiva, sem rejeitar as construções modernas. A pluralidade urbana, que se manifesta de forma diferente em suas diversas regiões, surge justamente da convivência entre estilos e épocas, assim como acontece com as pessoas ao longo da vida. Portanto, a harmonia entre tradição e inovação é essencial para que a cidade siga adiante, respeitando sua história sem abrir mão do dinamismo necessário para se adaptar às novas demandas sociais. Em suma, a preservação de ruas e praças antigas é fundamental para a identidade de João Pessoa, terceira cidade mais antiga do país, e deve ser defendida sem tréguas, no centro histórico, mas a dialética do desenvolvimento com certeza impulsiona mudanças que se impõem em outras de suas diversas regiões.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.