Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Hospital Santa Isabel - Por Sérgio Botelho

A história começa a ser contada a partir mesmo do século XVI, o primeiro da história da Filipeia de Nossa Senhora das Neves, quando aqui chegaram os religiosos da Santa Casa de Misericórdia e deram início à construção do templo que ainda hoje está de pé na Duque de Caxias. Nessa condição, trata-se da construção mais antiga da capital paraibana.

Foto: Internet

A história começa a ser contada a partir mesmo do século XVI, o primeiro da história da Filipeia de Nossa Senhora das Neves, quando aqui chegaram os religiosos da Santa Casa de Misericórdia e deram início à construção do templo que ainda hoje está de pé na Duque de Caxias. Nessa condição, trata-se da construção mais antiga da capital paraibana.

Ao longo do tempo, além da igreja, dedicada à Nossa Senhora da Misericórdia, devoção a Maria surgida no próprio século XVI, foram sendo edificadas obras de assistência como o hospital de caridade, o de alienados, e o de atendimento a pessoas com doenças transmissíveis.

Em seus atendimentos, o conjunto hospitalar recebeu “mentecaptos”, “loucos”, “transtornados” e “possessos”, conforme denominação oficializada pelos documentos da época, mas também retirantes da seca, muitos em situação de morte iminente, vítimas de epidemias (varíola, febre amarela, cólera) e acometidos pelas mais diversas moléstias ‘interiores’. Para completar, um cemitério, o que, na época, geralmente acontecia nos muros de fora das igrejas.

A partir da República, mais acentuadamente, iniciou-se o movimento para que apenas a igreja permanecesse naquele local. Eram as recomendações que corriam por conta das novas recomendações sanitaristas. O cemitério público passou a ser o da Boa Sentença e os serviços hospitalares foram repassados para uma nova unidade que começava a funcionar no antigo sítio beneditino de Cruz do Peixe, afastado da área urbana mais densamente povoada.

É nesse ponto que tem início a história propriamente dita do Hospital Santa Isabel, inaugurado em 8 de novembro de 1914, segundo o Memória João Pessoa mantido pelo Departamento de Arquitetura da Universidade Federal da Paraíba. Aos poucos, todos os serviços hospitalares instalados na atual Duque de Caxias, na parte chamada de Rua da Baixa, continuidade da Rua Direita, foram sendo transferidos para o novo hospital, processo que somente foi concluído por volta de 1924.

No decorrer dos anos, o novo hospital, que inicialmente somente possuía um pavimento, sofreu várias modificações e ampliações, procedimentos que somente foram concluídos na década de 1970. Um longo processo de construções, portanto. Capítulo reservado foi o da instalação da Escola de Enfermagem Santa Emília de Rodat, entre as décadas de 1950 e 1960, no prédio em que funcionava o Hospital Oswaldo Cruz, inaugurado em 1922, e destinado a acolher doentes de males infecciosos.

Hoje o hospital é mantido pela Prefeitura de João Pessoa. O prédio do Hospital Santa Isabel é apontado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba como imóvel de relevante interesse “por constituir-se em um marco da história hospitalar desta cidade, de acordo com o já citado Memória João Pessoa.

Segundo o site oficial mantido pela Prefeitura de João Pessoa, o Santa Isabel conta com capacidade instalada de 101 leitos cadastrados SUS, sendo 49 leitos em clínica cirúrgica, 30 leitos em clínica médica, 22 leitos em Cardiologia, 6 leitos de UTI Coronariana, 10 leitos de UTI adulto e 9 leitos de isolamento.

Possui ainda 8 leitos de observação na Urgência Cardiológica, ambulatório em diversas especialidades, realização de Cirurgias eletivas, serviço de Cardiologia Especializado, Laboratório de Análises Clínicas para pacientes internos, exames de imagens, USG, Raios-X, ECG.

É, segundo a informação oficial, o Hospital referência em cirurgia plástica reparadora de mulheres vítimas de violência.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba