Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Comércio varejista de João Pessoa na década de 1960 - Por Sérgio Botelho

Até o início da década de 1970, o comércio de João Pessoa era bem diferente, marcado por um ritmo mais lento e uma atmosfera mais íntima, em contraste com a agitação e a impessoalidade ofertados pelos nossos modernos points comerciais, aos milhares.

Foto: Internet

Até o início da década de 1970, o comércio de João Pessoa era bem diferente, marcado por um ritmo mais lento e uma atmosfera mais íntima, em contraste com a agitação e a impessoalidade ofertados pelos nossos modernos points comerciais, aos milhares.

As transações eram mais do que meras compras ou trocas de mercadorias; eram interações sociais que de certa maneira fortaleciam os laços comunitários. Praticamente, todo mundo no comércio se conhecia.

As festas de fim de ano, como Natal e Ano Novo, assim como as de Carnaval e São João, eram especialmente agitadas, com os comerciantes pelejando fervorosamente pelos clientes, em uma atmosfera de disputa entre conhecidos.

Quando se falava em atividade comercial varejista, na capital paraibana, o cenário disponível compreendia o circuito urbano de Ponto de Cem Reis, Visconde de Pelotas, Duque de Caxias, Guedes Pereira, Beaurepaire Rohan, Barão do Triunfo e Maciel Pinheiro.

As lojas mais famosas da cidade a ocuparem todos os horários comerciais de emissoras de rádio e jornais pontificavam nesse espaço. Na segunda metade da década de 1960, entrou na disputa por vendas nas festas o supermercado CompreBem, da 13 de maio (sinalizando o futuro), onde havia funcionado a oficina da General Motors.

Evidentemente, não havia ainda os shoppings centers que, um dia, ajudaram a espalhar o comércio pelos quatro cantos dos pontos cardeais da cidade. O circuito litorâneo, mesmo o das praias urbanas de João Pessoa, não era lugar de comércio, ainda. Toda a vendagem varejista se concentrava no centro histórico, portanto, para onde acorria gente de todas as classes sociais e moradores dos bairros pessoenses.

Com a ajuda da memória (e quem souber, conte mais), vamos a uma relação de lojas de varejo que fizeram sucesso na cidade, até aquele período: Armazéns do Norte (e seu sorvete), As Nações Unidas, Lojas Clara, Casas Costa Junior, Gigante dos Tecidos, Casas José Araújo, Casas Bezerra Gomes, A Girafa, O Novo Continente, Casa Sem Nome, Armazéns do Povo, O Calçador, Solar, Casas Silva, Big Calçados, Armazéns Avenida, Supermercados CompreBem, Lojas Brasileiras (Lobras), Casa Cruz, A Britânia, a Lojinha, O Vesúvio, O Atraente, Lira Brasileira, Capricho Moda Masculina, Lojas Seta Para Homens, Vip Presente, A Preferida e Casa Baiana.

Hoje, tudo isso é apenas referência na memória da gente de nossa terra. O mundo do varejo pessoense hoje em dia é outra coisa!

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba