Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Campina Grande e a Revolta do Quebra-Quilos - Por Sérgio Botelho

A Revolta do Quebra-Quilos, ocorrida entre 1874 e 1875, foi um movimento marcante do período imperial brasileiro, tendo Campina Grande, na Paraíba

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Campina Grande e a Revolta do Quebra-Quilos - Por Sérgio Botelho

A Revolta do Quebra-Quilos, ocorrida entre 1874 e 1875, foi um movimento marcante do período imperial brasileiro, tendo Campina Grande, na Paraíba, como epicentro, depois se espalhando por Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.

A revolta, liderada por João Carga D’Água (hoje nome de rua em Campina), surgiu como reação popular contra a adoção do sistema métrico decimal, que substituiu medidas tradicionais utilizadas no cotidiano das feiras e mercados.

Essa mudança, vista como complexa e prejudicial, especialmente para pequenos agricultores e comerciantes, gerou desconfiança e descontentamento em um contexto de crescente opressão fiscal e social. Em Campina Grande, importante centro comercial da Paraíba, as feiras desempenhavam papel central na economia local.

A introdução das novas medidas impactou diretamente os negócios, gerando a percepção de que os pequenos produtores e consumidores estavam sendo lesados em benefício dos grandes comerciantes e das autoridades fiscais.

A insatisfação foi agravada por outros fatores, como o aumento da carga tributária e a obrigatoriedade do pagamento de novos impostos, em um momento de dificuldades econômicas decorrentes de secas e crises no sertão nordestino. Os revoltosos se mobilizaram na destruição de balanças, pesos e demais instrumentos de medição nas feiras.

A cidade se tornou símbolo da resistência contra o que era percebido como abusos do governo imperial, com os revoltosos ampliando suas demandas para criticar a exploração fiscal e o sistema político que favorecia as elites urbanas.

A repressão ao movimento em Campina e nos demais estados nordestinos foi brutal, com tropas imperiais enviadas para conter os protestos. Prisões e torturas marcaram a resposta do governo, deixando um rastro de violência e medo em meio à população local.

Apesar disso, a Revolta do Quebra-Quilos deixou um legado de resistência e memória na cidade, representando a luta das camadas populares contra as injustiças sociais e as desigualdades.

Dessa maneira, o acontecimento é parte da memória local como marco da luta por direitos em cenário excludente.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba