Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Antigo prédio da Caixa Central de Crédito Agrícola - Por Sérgio Botelho

Outra construção marcante no final da Gama e Melo ou da Cardoso Vieira ou da Cândida Pessoa, como queiram, esquina com a Rua da Areia, em terreno que aponta para a Praça Antenor Navarro, é a do prédio construído na década de 1930 para abrigar a Caixa Central de Crédito Agrícola.

Foto: Internet

Outra construção marcante no final da Gama e Melo ou da Cardoso Vieira ou da Cândida Pessoa, como queiram, esquina com a Rua da Areia, em terreno que aponta para a Praça Antenor Navarro, é a do prédio construído na década de 1930 para abrigar a Caixa Central de Crédito Agrícola.

Ele é vizinho da antiga Fábrica de Cigarros Popular, ambos da mesma época. Aliás, uma área de forte representatividade histórica tendo em vista tantas edificações emblemáticas para o enredo pessoense. No período, década de 1930, pontuava, entre os arquitetos inovadores de João Pessoa, Clodoaldo Gouveia, de quem já falamos na abordagem dos prédios da Secretaria de Fazenda, da Rádio Tabajara e do Lyceu Paraibano (certamente a obra mais emblemática de Gouveia).

Pois, também foi ele o autor da construção de que estamos falando. A Caixa Central de Crédito Agrícola tinha o objetivo de fazer a ponte, no que tange a financiamentos, entre o governo e o produtor, no momento que o algodão representava a maior fonte de riqueza do estado. O organismo ganhou destaque no governo Argemiro de Figueiredo, entre 1935 e 1940, quando o Estado criou a Caixa de Fomento da Agricultura. Mas o dinheiro não se destinava apenas ao algodão.

Todos os segmentos agrícolas se beneficiavam com os recursos destinados pelo governo à Caixa de Fomento da Agricultura, boa parte dele intermediado pela Caixa Central de Crédito Agrícola, idealizado em formato de cooperativa geral. Entre as preocupações do governo estadual, servindo de parâmetro para a política da instituição, estava a de modernizar a agricultura do estado, considerada muito arcaica para concorrer principalmente com a do Centro Sul do país.

Inclusive visando a compra de máquinas que substituíssem paulatinamente as tradicionais enxadas, muitas vezes o único instrumento do agricultor paraibano. Com esse intuito, cresceu o número de caixas rurais e cooperativas agrícolas num grande esforço modernizador do campo.

O prédio, hoje de serventia particular (Cartório Toscano de Brito), preserva o estilo Art Déco original, curiosamente ocupando terreno, embora menor em tamanho, em condição triangular semelhante ao que foi usado na Secretaria de Fazenda, ali perto. Essa é a história do prédio que ainda hoje chama tanto a atenção pela beleza. Ainda bem que cuidado, os outros citados nem tanto.

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba