Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Antiga casa dos capitães-mores, Delegacia Fiscal e muitas outras coisas mais - Por Sérgio Botelho

Quem se limita apenas a enxergar o que sobrou fisicamente do prédio estabelecido na esquina da Praça Rio Branco (em seu lado norte) com a Duque de Caxias fica impossível entender o que ele significou institucionalmente para a capital paraibana. Porém, não foram poucas as suas utilizações oficiais, entre o formato mais antigo e o atual, que pode ser resumido como em marcha batida para o arruinamento.

Foto: Internet

Quem se limita apenas a enxergar o que sobrou fisicamente do prédio estabelecido na esquina da Praça Rio Branco (em seu lado norte) com a Duque de Caxias fica impossível entender o que ele significou institucionalmente para a capital paraibana. Porém, não foram poucas as suas utilizações oficiais, entre o formato mais antigo e o atual, que pode ser resumido como em marcha batida para o arruinamento.

O prédio foi, no primeiro momento, por volta de 1610, a Casa do Erário. Mas na sequência da história, após 1775, quando praticamente reconstruído, também se prestou a residência dos capitães-mores, Assembleia Provincial, Lyceu Provincial Parahybano, Tesouraria da Fazenda e repartição dos Correios. Segundo informa o Memória João Pessoa (projeto de extensão vinculado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba), em dezembro de 1916, na condição de Delegacia Fiscal, o prédio acabou sendo atingido por um incêndio altamente destruidor que, segundo registros da imprensa da época, terminou como ato suspeito.

O jornal “A Imprensa” (editado pela Igreja Católica) de 12 de janeiro de 1917, reproduzido pelo documento acadêmico, assim se referiu ao fato: “O incêndio da delegacia fiscal é um fato típico do estrago que a desonestidade oficial já logrou fazer em nossos arraiais. Repartição pública de pequena importância, relativamente às suas congêneres, de rendas diminutas e de poucos funcionários, nem isso lhe valeu para abrigar-se do assalto criminoso da gatunagem engravatada”.

Ressurgiu na mesma função de Delegacia Fiscal, servindo no decorrer das décadas a Escola de Administração Fazendária, Patrimônio da União e Polícia Federal. A versão mais aparatosa do prédio mostra um sobrado com escadaria frontal dupla, em pedra e ornamentada, que conduzia às entradas do primeiro e segundo andares. Nos trabalhos realizados depois do incêndio, concluídos em 1920, as escadarias foram suprimidas, embora mantidas as paredes externas.

O resultado foi inscrito entre as principais obras urbanísticas a modernizarem e embelezarem a capital paraibana naquele momento de grandes realizações, nesse particular. Hoje, o prédio parece condenado a nada.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba