
O Astrea, assim como outros clubes que marcaram a história social de João Pessoa, tem sido objeto de minhas crônicas memoriais.
No livro, “João Pessoa, uma Viagem Sentimental” que lanço às 17 horas da próxima quinta-feira, 20, no Bistrô 17, o clube, primeiro na Duque de Caxias, depois em Tambiá, compõe um dos capítulos.
Só para reavivar a memória, estou falando da agremiação social mais antiga da cidade, fundada em 1886, guardando de recordação física a sede de Tambiá, com lamentável visual externo a sugerir namoro com a ruína. Mas é o que temos.
Importante anotar que o Astrea conta atualmente com um grupo de pessoas (conheci alguns na última quarta-feira, 12) que lhe tomou as rédeas. Não tenho a visão exata do trabalho que está sendo feito, contudo, pelo que me disseram, o clube não tem mais dívida com os poderes públicos, e cuidam eles, agora, de intervenções na estrutura física.
Mantêm o Astrea por conta, principalmente, de aluguéis eventuais de sua estrutura. Pensam, então, segundo adiantaram, convocar remanescentes sócios proprietários e remidos na busca de engajamento maior no processo de recuperação e funcionalidade daquele histórico espaço físico.
Bom que seja assim, pois a possível ruína do Clube Astrea não seria apenas a perda de um edifício, mas o desparecimento físico completo de importante pilar da memória coletiva da cidade.
Seu mais brilhante rival histórico, o Esporte Clube Cabo Branco, ainda preserva traços importantes de sua fachada e ginásio, se mantendo em atividade, no mesmo lugar em que foi construído, na década de 1950, no alto do Miramar.
RUAS DE PEDRA – A jornalista Afra Soares do Comitê de Fomento e Desenvolvimento do Centro Histórico de João Pessoa e conselheira do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) informa que o órgão cuidador do patrimônio paraibano, junto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), não permite mais a reposição do asfalto que for desaparecendo das ruas do Centro Histórico de João Pessoa, o que é muito importante para a memória urbana pessoense.
Foto do Clube Astrea (1936), em A União.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.