Foto: Na imagem, capa do livro da autoria de Adhemar da Nóbrega, sobre Villa-Lobos
Foto: Na imagem, capa do livro da autoria de Adhemar da Nóbrega, sobre Villa-Lobos

Na vida musical brasileira, o que não falta é figura paraibana de realce. Uma dessas figuras foi Adhemar da Nóbrega, que se destacou no Rio de Janeiro como redator, professor e musicólogo. Natural de Patos, começou sua trajetória profissional na cidade da Parahyba, atual João Pessoa, ao tempo do professor Gazzi de Sá e de sua esposa Santinha de Sá, portanto, contemporâneo de outra figura exponencial da música erudita paraibana, a professora Luzia Simões Bartolini, sobre a qual já falamos.

Adhemar viveu entre os anos de 1917 e 1979, tendo falecido no Rio de Janeiro (de forma trágica, por atropelamento), onde havia sucedido o grande maestro Villa-Lobos na Cadeira nº 1, da Academia Brasileira de Música (ABM). Na capital paraibana, para onde veio ainda menino, estudou no Lyceu (onde mais tarde ensinaria Canto Orfeônico) e, aos 15 anos, ingressou no jornalismo pelo A União, começando na revisão e chegando a repórter, articulista, cronista e crítico de cinema.

Assumiu, por concurso, função no Banco do Brasil, em Ilhéus, o que não durou muito, indo, então, para o Rio. Na capital federal, se diplomou no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, onde teve Villa-Lobos como professor, e assumiu docência musical em várias escolas inclusive no Colégio Pedro II. Esteve em Lisboa, onde estudou com Edgar Willems, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi membro da Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro e redator do Serviço de Radiodifusão do Ministério de Educação, Rádio MEC. Como secretário da Academia Brasileira de Música (ABM), cargo que ocupava quando faleceu, Adhemar da Nóbrega desempenhou papel importante na promoção da música brasileira.

Da sua produção musicológica se destacam dois livros premiados e publicados pelo Museu Villa-Lobos: As Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos, de 1971, e Os Choros de Villa-Lobos, de 1975. Hoje Adhemar da Nóbrega nomeia ruas no bairro de Sepetiba, no Rio, e em sua cidade natal, Patos.