Quando foi inaugurado, em 1934, e destinado a servir enquanto Secretaria de Fazenda, no governo Argemiro de Figueiredo, o invulgar prédio da esquina da Rua Gama e Melo com a Cardoso Vieira nasceu inserido em meio à parte urbana então mais ativa empresarialmente da capital paraibana, no caso a cidade baixa.
(Aproveitando para anotar que a rua Gama e Melo homenageia o ex-governador e professor Antônio Alfredo da Gama e Melo, nascido na então Parahyba do Norte, nossa João Pessoa de hoje em dia, enquanto a Rua Cardoso Vieira reverencia o negro liberto e professor e deputado geral e jornalista e orador Manoel Pedro Cardoso Vieira, nascido em Jacoca, atual Conde). Segundo o Memória João Pessoa, do Departamento de Arquitetura da UFPB, possui “características de Art Déco, além de elementos bem representativos do movimento Bauhaus, como por exemplo: as esquadrias nos ângulos das alvenarias, sistema que lhe era peculiar”.
O projeto é do arquiteto Clodoaldo Gouveia (que hoje nomeia rua que liga a Pedro II à João Machado, cruzando a Francisca Moura), também responsável pelo projeto do Lyceu Paraibano, na Avenida Getúlio Vargas, e o do antigo prédio da Rádio Tabajara, na Rua Rodrigues de Aquino. Gouveia trabalhava na Diretoria de Viação e Obras Públicas sob a direção técnica do engenheiro Irineu Joffily, que marcou época na história urbana pessoense.
De família paraibana e formado no Rio de Janeiro, Clodoaldo Gouveia fez parte da leva de arquitetos que chegou à Paraíba em torno da década de 1920. O prédio da Secretaria da Fazenda foi construído com a utilização de concreto armado e o resultado levou o então governador Argemiro a festejá-lo como o prédio que introduziu entre nós a “verdadeira arquitetura moderna”.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba