As gerações desses tempos de streaming e mil emissoras de TV, abertas ou fechadas, via televisores, leptops, computadores, tablets e smartphones, não têm a menor ideia de onde eram produzidas as imagens televisivas que chegavam a João Pessoa, até o final da primeira metade da década de 1980. Portanto, não tão distante, assim. A programação de TV que os pessoenses assistiam na época vinham das emissoras TV Rádio Clube e TV Jornal do Comércio, do Recife, e chegavam até a capital paraibana por meio de repetidoras. Isso, em João Pessoa, porque em Campina Grande, desde 1966, que o umbuzeirense Assis Chateaubriand havia inaugurado a TV Borborema, dos Diários Associados, afiliada à rede Tupi (ambas as empresas do próprio Chateaubriand), mas com alguma parte da programação gerada localmente. Somente em 1986, 20 anos depois de instalada a TV Borborema, é que foi inaugurada, na capital paraibana, a TV Cabo Branco, originalmente, afiliada à Rede Bandeirantes e, mais tarde, à rede Globo, até hoje. Nos anos 1960, quando o povo de João Pessoa começou a comprar os primeiros aparelhos de TV, entre o que a gente assistia, gerado, como já me referi, no Recife, havia um espetáculo ao vivo, totalmente produzido na capital pernambucana. A atração alcançava prestígio, guardadas as muito devidas proporções, mais ou menos equivalente ao Fantástico, da Globo, hoje. O espetáculo, com esse enorme sucesso, foi ao ar entre 1960 e 1967, apresentado pelo comunicador Fernando Castelão, com participações de Lolita Rodrigues, na base do black tie, e se chamava Você Faz o Show, nas noites de domingo (20 às 22 horas), na TV Jornal do Comércio. Era aldeia global, na época. Pois bem, ainda sobre a chegada da TV por aqui, lembro que no Ponto de Cem Reis se localizavam as primeiras lojas com aparelhos de TV, à venda. Uma delas, no Paraíba Hotel, de ‘seu’ Walfrido, e outra, de ‘seu’ Aragão, em frente ao Cine Plaza. Tempos que se foram e que fazem parte de algo como uma pré-história da televisão em João Pessoa.
Imagem da empresa Jornal do Comércio.