Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A Praça do Trabalho e a "Marche-Aux-Flambeau" - Por Sérgio Botelho

Dois assuntos já comentados nessa série Parahyba e Suas Histórias, envolvendo a Praça do Trabalho, popularmente batizada de Praça da Pedra

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A Praça do Trabalho e a "Marche-Aux-Flambeau"  - Por Sérgio Botelho

Dois assuntos já comentados nessa série Parahyba e Suas Histórias, envolvendo a Praça do Trabalho, popularmente batizada de Praça da Pedra: a festiva inauguração do logradouro e a importância desfrutada, por muito tempo, pela região polarizada pelo citado passeio público, no Varadouro.

Clubes, indústrias, cinemas e eventos festivos garantiam o prestígio daquela área urbana pessoense. A praça foi oficialmente inaugurada em 20 de julho de 1931, a dias do tributo póstumo, dia 26, a marcar o primeiro aniversário da morte do ex-presidente João Pessoa.

A partir dessa data, e durante todo o decorrer da Era Vargas, foi palco de solenidades cívicas relevantes, não raramente de louvores ao governo central e aos interventores paraibanos. Ainda mais depois de implantado o Estado Novo, em 1937, também conhecido como Ditadura Vargas, por centralizar concentrações festivas de organizações que reuniam trabalhadores, existentes na casa das dezenas, na capital paraibana.

O detalhe é a condição de beneficente ostentada pela esmagadora maioria dessas organizações, e, sem vacilo, integrada ao ideal getulista de unir patrões e empregados. Para as comemorações de Primeiro de Maio de 1939, um ano e seis meses após o golpe de novembro de 1937, por exemplo, a Praça do Trabalho congregou as referidas entidades em uma apoteótica “Marche-Aux-Flambeau”, dali até a Praça Venâncio Neiva, Praça João Pessoa, Ponto de Cem Reis, General Osório, se encerrando na Praça Pedro Américo.

A expressão francesa significa Marcha com Tochas, e virou costume na França, após a Revolução de 1789, quando desfiles assim foram realizados para exaltar ideais revolucionários e homenagear líderes como Napoleão Bonaparte.

Aquela espécie de procissão no estilo “do fogaréu” começou às 19 horas, reunindo centenas de trabalhadores, sob o comando daquelas suas representações, se encerrando com um pronunciamento do interventor Argemiro de Figueiredo, delegado plenipotenciário da ditadura varguista na Paraíba.

Tinha prestígio a Praça do Trabalho (na foto), hoje, recolhida à condição de uma bela, histórica e pacata praça de vizinhança.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.