Aos tempos dos lambe-lambes (também conhecidos como vuco-vucos), os famosos fotógrafos ambulantes que exerciam a função geralmente em praças das cidades do mundo inteiro, a Praça Aristides Lobo foi uma espécie de quartel-general desses profissionais. Em primeiro lugar, identificar o homenageado, Aristides Lobo, um paraibano de Cruz do Espírito Santo, formado pela Faculdade de Direito do Recife, tendo sido juiz em Minas Gerais, jornalista, promotor público na Corte (Rio de Janeiro), ministro no governo republicano provisório, deputado federal constituinte e senador federal.
Tudo isso, segundo registro feito pela Universidade Federal de Pernambuco na série intitulada Ex-Alunos Notáveis. Na condição de destacado abolicionista, ganhou projeção nacional e, já que paraibano, embora tenha vivido sua infância em Alagoas, onde acabou eleito deputado geral na época da monarquia, teve seu nome lembrado para denominar o passeio do centro histórico de João Pessoa, em pleno regime republicano.
Inicialmente, o grande espaço público, entre o Quartel da PM (inicialmente destinado ao Exército) e o Grupo Thomaz Mindelo, no meio do qual foi erguido o atual prédio do Comando Geral da Polícia Militar da Paraíba (no primeiro momento um projeto de teatro, o que nunca foi), se chamava Campo do Conselheiro Diogo (Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, construtor da ferrovia Conde d’Eu, na Paraíba, e que governou Piauí, Ceará e Pernambuco, no II Império brasileiro).
Em 1917, no governo Camilo de Holanda (1916-1920) a parte entre o Grupo Thomaz Mindello e o Comando da PM passou a se chamar Praça Aristides Lobo (a outra, Praça Pedro Américo). Por conta do terreno da Aristides Lobo, marcado por acentuada declividade, foi necessária a construção de uma balaustrada (ainda hoje lá, mas com lamentáveis avarias) entre a Peregrino de Carvalho (esquina com a Rua da Areia, em seu epílogo), e a atual avenida Guedes Pereira.
O que incluiu notável escadaria e a instalação do busto de Aristides Lobo. Tudo obra do arquiteto Hermenegildo Di Lascio. Da balaustrada é possível ter singular visão da praça que, como todos os logradouros do centro histórico pessoense, se beneficia de atenções eventuais e sofre de abandono na maior parte do tempo.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba