Os engenhos de açúcar foram vitais para a economia nordestina, durante o período colonial. Com o domínio português, a região se tornou ideal para a produção de açúcar, devido ao clima tropical e à presença de solos férteis.
“Em águas, ares e fertilidade é esta Capitania uma das regiões mais saudáveis do Brasil”, dissertou o governador holandês (1636-1639), Elias Herckmans, em sua Descrição Geral da Capitania da Paraíba, com detalhes sobre os engenhos paraibanos em atividade. Sobretudo motivados pelo comércio de açúcar, foi que os holandeses se apossaram de parte da região – Paraíba e Pernambuco, destacadamente -, entre os anos de 1630 e 1654.
Os engenhos funcionavam como centros de produção onde a cana-de-açúcar era cultivada, processada e transformada em açúcar para exportação. Além de sua função produtiva, os engenhos também eram núcleos de poder econômico e social.
Os senhores de engenho, donos dessas propriedades, detinham influência e riqueza, formando uma elite rural que influenciava não apenas a economia, mas também a política e as questões sociais da capitania. O sistema de engenhos foi responsável por integrar a Capitania da Paraíba à economia global, fornecendo açúcar para o mercado europeu e contribuindo para a formação de um ciclo econômico de exportação.
Ao longo do tempo, no entanto, a economia dos engenhos enfrentou crises, principalmente devido à competição internacional, o que levou a uma gradual diversificação econômica da região. O declínio do ciclo do açúcar não significou o fim da produção açucareira no Nordeste. No entanto, a atividade perdeu a importância central que tinha na economia colonial e o centro dinâmico da colônia se deslocou para o Sudeste, com a exploração do ouro.
Apesar do enfraquecimento, o ciclo do açúcar deixou marcas profundas na história e na cultura paraibanas. O poder político dos donos de engenho, na Paraíba, por exemplo, permaneceu elevado até meados do Século XX.