Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A nova Igreja das Mercês - Por Sérgio Botelho

Nova, em relação à antiga, mas foi dada como concluída em 1940, lá se vão mais de 80 anos, após todo o trauma vivido pela sociedade pessoense quando da derrubada do velho templo, que existia em João Pessoa, dedicado à mesma Nossa Senhora das Mercês. A construção católica seiscentista foi ao chão depois de muita resistência da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês dos Pretos e Pardos, que não só haviam construído o velho templo como cuidavam dele.

Foto: Internet

Nova, em relação à antiga, mas foi dada como concluída em 1940, lá se vão mais de 80 anos, após todo o trauma vivido pela sociedade pessoense quando da derrubada do velho templo, que existia em João Pessoa, dedicado à mesma Nossa Senhora das Mercês. A construção católica seiscentista foi ao chão depois de muita resistência da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês dos Pretos e Pardos, que não só haviam construído o velho templo como cuidavam dele.

O argumento levantado pela administração pessoense em favor da abertura de espaços urbanos, especialmente entre a Praça 1817, que se desejava construir, e a praça João Pessoa, acabou sendo plenamente aceito pela Arquidiocese. Dessa forma, foi erguida, em 1940, a atual Igreja de Nossa Senhora das Mercês, na rua Padre Meira, com planta em forma de cruz latina e com exterior em linguagem eclética, segundo os especialistas, que comparam sua torre alta e pontiaguda a igrejas góticas.

O resultado é que do velho templo da final da Visconde de Pelotas só restou no novo a denominação, pois a Irmandade não era mais a administradora da igreja. Ficou mesmo, conforme desejo do arcebispo Dom Adauto, nas mãos do clero secular ligado diretamente ao Vaticano. Isso não quer dizer que a nova edificação católica não seja bonita, o que ainda hoje pode ser constatado. E, conforme prometeram, ficava bem próxima ao sítio onde estava a antiga.

Embora houvesse ainda quem defendesse, na administração da cidade e na própria Cúria, reconstruir a Mercês na Torre. Mas como a resistência contra a derrubada da antiga havia sido muito forte, a nova igreja ficou assim na Padre Meira, mais perto da que foi apagada do mapa pessoense. A rua onde está a Igreja das Mercês não poderia ser melhor local para a construção do novo templo. Ela homenageia Leonardo Antunes de Meira Henriques, nascido na capital paraibana, padre e bacharel, além de ter sido eleito deputado provincial.

Tudo isso alcançado entre os anos de 1843, quando foi ordenado, passando por 1845, quando concluiu o bacharelado em Direito, e 1853, quando foi eleito deputado. Consta que o padre Meira, vigário geral da Arquidiocese de Olinda, que, na época, geria a Igreja Católica paraibana, residiu justamente naquela descida para a Lagoa, daí a homenagem da denominação da rua ganhar ainda mais sentido.

Sempre foram de muita atividade religiosa os meses de maio, dedicados a Maria, na Igreja das Mercês, com missas e novenas durante todo o período. O templo da Padre Meira acolheu nos últimos tempos organizações católicas carismáticas, geralmente empenhadas em adotar no catolicismo elementos litúrgicos pentecostais.

Nossa Senhora das Mercês quer dizer, das graças, dos favores, das mercedes, em espanhol, onde surgiu a veneração. É considerada protetora dos marinheiros e mercadores do Mar Mediterrâneo, e no Brasil foi tida como a padroeira da libertação dos escravos.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba