
Imagine um tempo em que as vozes e as músicas que emanavam dos aparelhos de rádio não apenas entretinham, mas construíam histórias, culturas e até a identidade de um povo.
Assim foi a era de ouro do rádio, entre as décadas de 1930 e 1950, mais fortemente, quando o Brasil vibrava ao som de programas ao vivo, radionovelas e orquestras que se tornaram lendas.
Na época, a Rádio Tabajara, inaugurada em 25 de janeiro de 1937, escreveu capítulos brilhantes dessa história.
Tudo começou em um prédio histórico na Praça João Pessoa, hoje não mais existente, que abrigava o jornal A União, herdando equipamentos e história construída pela Rádio Clube da Paraíba, a pioneira no setor. Logo, porém, ganhou casa própria, materializada num marcante edifício na Rua Rodrigues de Aquino.
Ali, entre paredes que respiravam arte, sentou praça a PRI-4, ambiente de programas que misturavam música, humor e drama, com um auditório que se tornou símbolo de encanto e agitação cultural.
Nos anos 1940 e 1950, a Tabajara viveu seu auge. Com orquestra própria, a famosíssima Orquestra Tabajara, e programas de auditório que atraíam multidões, a emissora revelou talentos e recebeu estrelas nacionais e internacionais.
O palco da Rodrigues de Aquino vibrou com vozes que definiram gerações: do rei do baião a divas do rádio, de cantores e cantoras locais a maestros globais, todos deixaram sua marca ali.
A magia era conduzida por apresentadores carismáticos, cujas vozes e personalidades se tornaram lendas urbanas, inspirando até histórias entre o real e o imaginário.
As mulheres também brilharam: locutoras de timbres inconfundíveis conquistaram o público, enquanto radionovelas e audições poéticas emocionavam os ouvintes. O auditório não era apenas um espaço de shows; era um ponto de encontro social, onde famílias se arrumavam para viver momentos de esplendor, e quem ficava em casa se encantava pela sintonia, transformando o cotidiano em algo extraordinário.
O tempo trouxe mudanças: em 1985, a emissora foi parar em um novo endereço, no Corredor Pedro II, enquanto o antigo prédio dava lugar a novas estruturas urbanas.
A Tabajara, enquanto rádio, expandiu-se: ganhou uma versão FM de sucesso e, recentemente, uma nova frequência AM com tecnologia moderna, resgatando seu nome original – um tributo às raízes.
Hoje, integrada a uma rede estadual de comunicação, a emissora mantém viva sua essência, mesclando tradição e inovação, adaptando-se aos novos tempos.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.