Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A era dourada do Bar Travessia - Por Sérgio Botelho

Até por ser relativamente menos vetusto no cenário lúdico de João Pessoa, o Bar Travessia, que homenageou Milton Nascimento e sua brilhante composição do mesmo nome, evoca lembranças mais fortes. Seu reinado nas noites pessoenses aconteceu durante a era dourada da década de 1980, atraindo principalmente a geração Jampa. (Lá, dominava a oportuna decisão de a juventude transformar o considerado pouco poético nome da cidade de João Pessoa, em Jampa).

Foto: Internet

Até por ser relativamente menos vetusto no cenário lúdico de João Pessoa, o Bar Travessia, que homenageou Milton Nascimento e sua brilhante composição do mesmo nome, evoca lembranças mais fortes. Seu reinado nas noites pessoenses aconteceu durante a era dourada da década de 1980, atraindo principalmente a geração Jampa. (Lá, dominava a oportuna decisão de a juventude transformar o considerado pouco poético nome da cidade de João Pessoa, em Jampa).

Mas também os órfãos do Boiadeiro. Sob o comando do saudoso poeta Lúcio Lins, ele próprio um letrista com parcerias consolidadas no cenário musical paraibano, o Travessia marcou sua passagem e ditou estilo à nova boêmia da época, que já era composta por largas parcelas do público feminino.

Lembrando de suas indeléveis marcas, foi naquela casa de divertimento, por exemplo, que o também saudoso Cristóvam Tadeu começou sua carreira solo com monólogos humorísticos e imitações impagáveis, em interação com a plateia.

Ele também apresentava novos artistas naquele ambiente onde brilharam tantos, da linha dele, como Nairon Barreto e Marcelo Piancó (outro que já se despediu de nós outros rumo ao encantamento), e da música, como Liss, Flamarion Felix, Mestre Fuba, Erick Von Sohsten, Carlinhos Lira, Carlos Cury, Rilves Pinho, André Correia, Gui Guimarães, Paulo Batera (in memorian) e Washington Espínola. Certamente que entre outros.

Foi mesmo um ambiente pop-MPB da mais alta qualidade artística e representatividade cultural da vida pessoense. Além dos músicos e humoristas, useiros e vezeiros na animação do Travessia, o local ainda contava com a frequência de outros artistas e de poetas e escritores, como também servia de espaço para eventos pontuais.

O Travessia pontificava na Rua Aluízio França em Manaíra, até o prédio ser vendido em torno do ano de 1992. A localização Manaíra, já mais perto da Rui Carneiro e, dessa forma, do Baixo Tambaú – onde houve, para falar das noites, além do já citado Boiadeiro, o Gambrinus, o Bar da Xoxota e o Bar do Meu Cacete -, se constitui em festejado espaço lírico-etílico-cultural da cidade.

Assim, a partir do famoso Elite Bar, que dominou por décadas aquela região entre Tambaú e Manaíra. Portanto, fica aqui o registro da existência em um tempo de grande efervescência e estruturação de Jampa como alternativa primeira para todos os nascidos aqui na terra, bem como para os que começavam a chegar, de vez, para viver e curtir nossa tão maravilhosa capital do Estado da Paraíba.

Foto: Internet

(Nas fotos, já publicadas na imensidão do Facebook, vê-se Lúcio Lins, poeta proprietário do Travessia, e músicos famosos que brilharam em suas noites memoráveis)

 

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba