Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A benemérita Júlia Freire Henrique de Almeida - Por Sérgio Botelho

O nome da benfeitora católica Júlia Freire batiza, desde 1948, uma via que nos dias de hoje se tornou uma das principais da cidade de João Pessoa. Paralela à avenida Epitácio Pessoa, e perpassando os territórios dos bairros de Torre e Expedicionários, a referida via transforma-se em preferida dos motoristas nos horários de pico do trânsito na direção de bairros a leste da capital paraibana.

Foto: Internet

O nome da benfeitora católica Júlia Freire batiza, desde 1948, uma via que nos dias de hoje se tornou uma das principais da cidade de João Pessoa. Paralela à avenida Epitácio Pessoa, e perpassando os territórios dos bairros de Torre e Expedicionários, a referida via transforma-se em preferida dos motoristas nos horários de pico do trânsito na direção de bairros a leste da capital paraibana.

Ali perto, tem endereço uma obra social também com o nome dela, desde 1944, altamente prestigiada na cidade, e em plena atividade, chamada Vila Vicentina Julia Freire, especializada no atendimento à velhice, e considerada de utilidade pública federal, estadual e municipal. A Igreja Santa Julia também tem origem na fé católica da mesma Júlia Freire, aos tempos ainda da Fazenda Santa Júlia, quando mandou construir o templo original, na forma de uma capela.

Embora sem herdar seu nome, o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, na Torre, um dos estabelecimentos de ensino confessional de forte tradição no seio da elite paraibana, foi construído em terreno doado por ela. Também tem o nome de Julia Freire uma região da Torre que não raramente é entendida como bairro, embora não oficialmente. Tudo na verdade se fixou oficialmente como Torre, que perfila na 13ª Região pessoense.

Foi nesse pujante bairro pessoense, culturalmente de muita tradição, que durante certo tempo, especialmente até o ano de 1923, enquanto estava vivo, foi dono de quase tudo o senhor Manoel Deodato Henrique de Almeida (um dos subscritores do Termo de Fundação do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba-IHGP), marido de Julia Freire Henrique de Almeida (confirmado o parentesco por meio de convite para missa de 1º aniversário feito pela viúva e publicado em A União de 1 de agosto de 1925, celebração a ser realizada dois dias depois).

Manoel Deodato, hoje empresta seu nome a uma das ruas importantes do bairro. O bairro mesmo homenageia um dos gerentes de Deodato, de sobrenome Torres, benquisto pela população. Historicamente, era comum que senhoras católicas, especialmente viúvas, fizessem doações de seus bens à Igreja. Essas doações muitas vezes eram feitas como uma forma de caridade e devoção religiosa, e podiam incluir propriedades, dinheiro, joias e outros recursos.

A prática de fazer doações à Igreja era vista como uma maneira de apoiar as atividades religiosas e caritativas da instituição. Todas as doações citadas feitas por Julia Freire foram exatamente dirigidas a instituições da Igreja Católica. Paralela à Avenida Júlia Freire, mas de extensão menor, há uma rua de nome Dom Moisés Coelho.

Trata-se do arcebispo da Paraíba em cuja gestão na Igreja Católica do estado foram documentadas as doações feitas pela benemérita senhora. Júlia Freire é, sem dúvida, personalidade emblemática da cidade de João Pessoa.

Na imagem, a Igreja de Santa Júlia nos dias de hoje.

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba