Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A Adega do Alfredo, em Tambaú - Por Sérgio Botelho

No final da década de 1970, João Pessoa passou a ter um restaurante de sotaque lusitano, com destaque para a carta de vinhos (costume ainda não adotado em larga escala na cidade) e receitas de primeira grandeza culinária.

Foto: Internet

No final da década de 1970, João Pessoa passou a ter um restaurante de sotaque lusitano, com destaque para a carta de vinhos (costume ainda não adotado em larga escala na cidade) e receitas de primeira grandeza culinária.

A Adega do Alfredo foi inicialmente instalada em uma casa dessas típicas de veraneio na Praça Santo Antônio, em Tambaú (ao lado da avenida Coração de Jesus), ainda nem tão rico em opções gastronômicas como hoje. O ano era o de 1979 (2 de agosto) e a iniciativa foi de uma família angolana, de origem portuguesa, que chegou à Paraíba após a independência de Angola, consolidada em novembro de 1975: João Alves Pina Ferreira e os três filhos Alfredo, João e Aldo.

O responsável pela ideia e pela concretização do novo equipamento na capital paraibana foi Alfredo, que emprestou seu nome ao empreendimento. Chef, com curso de gastronomia em Portugal, Fred (conforme ficou mais conhecido), passou a comandar uma cozinha cada vez mais atrativa, não somente em pratos e vinhos e bebidas em geral, mas sobretudo em ambiente. Sabe esses bares-restaurantes que conquistam a simpatia da cidade? Pois bem, foi isso o que aconteceu com a Adega do Alfredo.

Da simples casa de veraneio o projeto avançou em estrutura física, virando confortável prédio de linhas modernas e de ambiente interno bastante confortável. Paella Valenciana, Bife de Tiras, Saladinha de Carpaccio (eita!), Peixe à Marroquina, Feijoada de Camarão, Magret de Canard (prato francês com peito de pato) e pratos de bacalhau (entre eles, o preferidíssmo Bacalhau com Batatas ao Murro) são exemplos da cozinha da Adega do Alfredo em seus tempos de Tambaú.

Figuras como o então governador Ronaldo Cunha Lima e o empresário Josélio Gondim eram habitués da Adega, na década de 1990, em tertúlias que passavam das tardes às noites ao som do piano de Isa y Plá. É que existia, pegado ao restaurante, em um espaço destinado aos boêmios, uma providencial drinkeria, aparelhada com o tal piano.

Em janeiro de 2018, perto de completar 40 anos (marcante longevidade para iniciativas do tipo, em João Pessoa) fechou a Adega do Alfredo, em Tambaú, após consumada uma parceria com o LS Hotel, em Manaíra, onde continua até hoje, com a cozinha sob o comando de Fred e o nome simplesmente Adega.

(A foto foi copiada do perfil oficial da Adega do Alfredo, ainda dos tempos de Tambaú, que continua no ar. Agradeço detalhes importantes que me foram passados pela consultora de Turismo, Ana Gondim).

Fonte: Sergio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba